Para a maioria dos cientistas, biólogos, mestres e doutores, a evolução foi a força motora que criou a vida na Terra e o homem em sua forma atual. As evidências da evolução são, no campo da ciência, muito fortes.
Porém, uma pesquisa americana de 2007 descobriu que a população não pensa assim. 44% dos que responderam a enquete afirmaram acreditar que Deus criou o homem na sua forma atual (criacionismo puro) e 44% disseram que acreditavam que foi Deus quem guiou a evolução humana (design inteligente).
Agora, um estudo da Universidade de Amsterdã oferece pistas fascinantes que podem explicar por que algumas pessoas rejeitam a evolução.
O estudo incluiu 140 estudantes divididos em duas categorias. Com os estudantes da primeira categoria, foi feito apenas um questionário. A segunda categoria teve que participar de um jogo onde tiveram que recordar uma situação passada que ameaçou suas vidas sobre a qual eles não tinham controle. Depois, tiveram que dar três razões porque o futuro é incontrolável.
O resultado da pesquisa apontou que, enquanto algumas pessoas não acreditam na evolução por motivos religiosos, o fator determinante para muitas outras pessoas negarem a teoria da evolução parece ser o medo da aleatoriedade e das circunstâncias descontroladas.
Todos os alunos também foram convidados a escolher qual teoria da evolução eles sentiam que era mais válida entre as três mais populares: a evolução tradicional, que é a teoria padrão da evolução, e que destaca que a seleção natural é geralmente um processo aleatório em que as características imprevisíveis do ambiente natural determinam os resultados; o plano inteligente, uma teoria baseada na religião, que diz que a evolução foi guiada por uma divindade, e não por processos aleatórios; e uma nova teoria da evolução não-aleatória, uma visão da evolução pela seleção natural, que descreve como a evolução da vida não é aleatória, mas ordenada e previsível, descrita em 2006 pelo paleontólogo Simon Conway Morris.
Os voluntários não-condicionados (aqueles da primeira categoria), em sua maioria, preferiram a tradicional teoria da evolução. Já os voluntários da segunda categoria, que tinham o tema da incerteza em suas vidas fresco em suas mentes, foram 15% mais propensos a escolher o design inteligente, e 25% mais propensos a apoiar uma teoria não-religiosa da evolução ordenada.
A Teoria da Evolução de Darwin como a representação de um processo ordenado e previsível (teoria 3) reduziu a necessidade de reforçar a crença em um agente sobrenatural. Em outras palavras, o aumento da crença religiosa é anulado quando há outras opções para “restaurar a ordem”.
Assim, dizem os pesquisadores, talvez a resistência à teoria da evolução baseie-se menos nas crenças religiosas das pessoas e muito mais em um medo da condição humana da incerteza.
O debate sobre evolução determina uma série de medidas, incluindo o currículo de escolas públicas, concessões de pesquisa para faculdades, e outras.
Esse estudo, ao determinar que parte do bloqueio mental para a evolução está na incerteza, pode ajudar universitários e professores de escolas públicas a apresentarem a teoria da evolução de uma forma menos ameaçadora e, finalmente, convencer o público cético desta ideia que a maioria dos cientistas profissionais acredita, suportados por evidências conclusivas.