O professor Erwin Schurr, da McGill University, em Montreal, Canadá, e coordenador da equipe multinacional de pesquisadores franceses, canadenses, holandeses, vietnamitas e brasileiros, que descobriu o gene que deixa a pessoa suscetível à hanseníase, veio ao Brasil em busca de parceiros. Dias atrás, conheceu os laboratórios da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e de outras instituições de pesquisa.
"A hanseníase foi o ponto de partida da pesquisa, mas a idéia é de estendê-la para outras doenças infecciosas. A medicina do futuro será baseada na genética. O Brasil precisa entrar mais profundamente na medicina molecular, que é muito baseada em genética", recomendou Erwin, durante palestra para docentes da PUCPR.
Explicou que o próximo passo da pesquisa é compreender como as variações genéticas que foram descobertas impactam no funcionamento da célula, tornando-a suscetível à hanseníase. "Estamos na metade dos estudos, pesquisas e conhecimentos. Estima-se que nos próximos cinco anos, vamos entender exatamente o que acontece com o gene que descobrimos. Por que a doença não desaparece, já que ela tem 100% de cura e não existe reservatório para a bactéria, a não ser o doente? Queremos resposta para a esta e muitas outras indagações", fundamentou.
Tuberculose
Segundo Marcelo Távora Mira, professor da PUCPR e integrante da equipe internacional de pesquisadores da hanseníase, a importância do estudo não vai se refletir somente na atenção ao paciente, pois a doença é 100% curável e, aparentemente, está sob controle. Apesar de ser doença antiga, ainda se sabe muito pouco sobre ela. "A hanseníase é enfermidade infecciosa com componente genético que pode ser usada como modelo para entender outras doenças infecciosas de alcance maior, como a tuberculose. A bactéria que causa tuberculose afeta um terço da população mundial", esclareceu Marcelo.
Partindo do ponto zero, o grupo de pesquisadores descobriu a variação genética do gene que causa suscetibilidade à hanseníase. Agora, quer descobrir e mostrar para a humanidade como essa variação altera a célula. "Na história da ciência, isso nunca foi feito", observou Mira.
Serviço – Pessoas e Instituições de pesquisa interessadas em participar de parceria podem contatar o professor Marcelo Mira, pelo telefone: (41) 271-2618,
m.mira@pucpr. br.