O Brasil tem necessidade de mais planejamento e regularidade nas contratações de energia eólica e solar, além de leilões anuais específicos para os dois modos de geração de energia, mostra estudo divulgado na segunda (29) pela organização não governamental WWF-Brasil.
Segundo a pesquisa, o país tem oscilado entre períodos de pouca e muita contratação de projetos eólicos, o que causa impacto negativo em toda a cadeia produtiva do setor. Mudanças e descontinuidade de políticas e medidas de incentivo acabam por afugentar investidores. “É necessária uma consolidação da política de desoneração tributária em toda a cadeia produtiva e garantir a estabilidade regulatória”, recomenda o estudo.
O documento sugere, ainda, que o fomento à energia solar no Brasil poderia ser feito com uma política de incentivos fiscais e tributários e linhas de financiamento para aquisição de sistemas fotovoltaicos para pessoas físicas e empresas que tenham interesse em usar a tecnologia para produzir sua própria energia e reduzir custos com a conta de luz.
“Hoje em dia, o investimento que você faz no sistema fotovoltaico, que dura 25 a 30 anos, vai ter um retorno, talvez, em menos de dez anos, se você usar o dinheiro da conta de luz para pagar o sistema”, destaca o coordenador de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, André Costa Nahur.
Segundo o estudo, embora as fontes eólica e solar estejam em estágios diferentes de desenvolvimento, ambas foram beneficiadas inicialmente com leilões exclusivos. “Atrelado a isso, uma política de nacionalização para o desenvolvimento tecnológico incentivaria a geração de empregos e reduziria custos”, informa a publicação.