?O Orkut quer conhecer você?. Foi assim que o turco Orkut Buyukkokten, criador da rede de relacionamentos mais famosa do País, intitulou sua passagem pelo Brasil na primeira quinzena deste mês. Procurando novos engenheiros brasileiros para o Google e tentando descobrir a razão do sucesso de seu produto no Brasil (que tem 56% de todos os usuários do Orkut no mundo) ele passou duas semanas no Brasil, visitando Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
?Vim para me encontrar com estudantes, fazer palestras em universidades e conhecer de perto os times de São Paulo e de Belo Horizonte do Google. Estamos procurando contratar engenheiros e técnicos de alto nível no Brasil?, contou em entrevista on-line sobre sua primeira visita ao Brasil.
Aos 32 anos, Orkut usou os 20% do tempo que a Google dá a seus funcionários para trabalharem em projetos pessoais para implementar o fenômeno que já tem mais de 20 milhões de usuários brasileiros, maior público da rede, representando 56% do total. Em segundo lugar vem os Estados Unidos, com 18,95%, e, em terceiro, a Índia, com 13,77%. ?Meu primeiro objetivo era o de criar uma ferramenta que permitisse encontrar pessoas e formar comunidades com extrema facilidade. A ferramenta teve uma aceitação tão grande que acabou se tornando um grande sucesso. Eu realmente não imaginava que ia ser tão popular quanto foi aqui no Brasil, por exemplo?, disse.
Buyukkokten disse ter entendido nesta viagem o sucesso de sua invenção no Brasil. ?O brasileiro é simpático e amigável de natureza, por isso costuma ter vários amigos e se comunica com muita facilidade. Além disso, o uso de internet no Brasil é muito grande e o site é muito fácil de usar; vários usuários brasileiros que nem sequer falavam inglês conseguiam utilizar o site, apesar de estar em inglês?, comentou, ressaltando que a tradução do Orkut para o português foi uma das primeiras feitas pela companhia.
Ele contou que o Orkut.com foi o terceiro site de relacionamento on-line que criou. ?Quando eu era aluno na Stanford, uma das coisas que eu notei foi que era muito difícil fazer amigos no campus. Percebi que, na vida real, a forma mais fácil de fazer amigos é através de amigos e amigos de amigos. Assim, eu tive a idéia de conectar as pessoas on-line e lancei um site de relacionamento on-line chamado Club Nexus em 2001 apenas para alunos da Stanford. Depois, eu quis criar uma comunidade on-line para conectar pessoas no mundo todo?, revelou.
Convergência deve ser a tônica do site
Numa entrevista sem grandes revelações, Orkut Buyukkokten não entrou em detalhes sobre os próximos passos a serem dados pela comunidade nem as medidas de segurança que os engenheiros do Google estão tomando em parceira com as autoridades para controlar crimes como racismo, pedofilia e, até, formação de quadrilha dentro da comunidade virtual. ?Infelizmente, é uma política do Google não comentar sobre planos de lançamentos futuros?, foi a resposta mais lida pelos jornalistas que participaram da coletiva.
No entanto, ele garantiu que está trabalhando para tornar o Orkut ainda mais interessante para seus usuários. Convergência com outros produtos Google como o YouTube e o Gtalk, recentemente incorporados ao site, devem ser a tônica do desenvolvimento da rede virtual.
Sobre as questões de segurança, Buyukkokten disse que é uma preocupação constante dos administradores do site. ?Há pessoas boas e pessoas ruins na vida real e o mesmo pode ser visto no universo on-line. Nós desenvolvemos e ainda estamos melhorando várias ferramentas para controlar melhor o conteúdo de perfis e comunidades. Temos termos de serviço e nosso estatuto da comunidade para definir o que é aceitável no site?, disse, lembrnado que a equipe do Google no Brasil está apta a atender solicitações do Ministério Público e da Polícia Federal em menos de 24 horas.
Outra reclamação de alguns usuários ou ex-usuários do Orkut é quanto à invasão de privacidade. Buyukkokten disse estar desenvolvendo ferramentas para garantir mais controle sobre suas informações e mensagens recebidas aos usuários, mas lembrou que os membros da comunidade virtual já podem restringir o acesso a informações como endereço e telefone ou até omiti-las, o que julga mais prudente.