Nova estratégia para emagrecer é descoberta

Morrendo de vontade de comer um doce? Não consegue se controlar para emagrecer? Cientistas podem ter criado uma estratégia que vai lhe ajudar a comer menos: mergulhe fundo na sua mente, e imagine cada mordida do que quer comer.

As pessoas ficam mais animadas com a primeira mordida de um hambúrguer do que com a décima; isso é culpa de um processo chamado habituação. A habituação é como o tédio: seu cérebro já viu e já fez isso, então não vai mais ficar animado com esse estímulo.

Na verdade, a habituação é uma das principais pistas que as pessoas usam para parar de comer. A sensação de saciedade chega tarde demais para “desanimar” as pessoas de comer durante uma refeição, então elas dependem de processos psicológicos e estímulos externos para saber a hora de largar o garfo.

Agora, segundo uma nova pesquisa, pessoas que se imaginam mastigando e engolindo um alimento comem menos do que pessoas que pensam em outras tarefas mundanas ou visualizavam outros alimentos quando estão comendo.

No novo estudo, os pesquisadores estavam interessados em saber como a imaginação poderia prejudicar o consumo das pessoas. Segundo eles, a imaginação pode obter as mesmas respostas físicas de uma experiência da vida real. Mas todas as pesquisas sobre o desejo sugeriram que em vez de fazer as pessoas quererem comer menos, imaginar alimentos as faziam querer comer mais.

Os pesquisadores suspeitaram que o tipo de imaginário construído em torno dos alimentos era o culpado por isso. Eles acreditam que imaginar algo ativa os mesmos circuitos do cérebro de quando você faz o que imagina. Dessa forma, só de pensar na comida, você já se habitua a ela.

Os pesquisadores pediram aos voluntários para se imaginar comendo 30 M&Ms e lavando poucas roupas em uma máquina de lavar. Um segundo grupo deveria se imaginar lavando muitas roupas e comendo 3 M&Ms. Em seguida, os pesquisadores pediram a ambos os grupos para comer M&Ms de um pote, enquanto o pesavam.

Os voluntários que se imaginaram comendo 30 M&Ms comeram cerca de metade do número real de M&Ms, em comparação a quem imaginou comer apenas 3. O segundo grupo não se habituou, mas ainda assim comeu dez vezes menos do que as pessoas que não imaginaram comer M&Ms antes de realmente comê-los.

A diferença de consumo entre os dois grupos foi pequena, com o primeiro comendo 2 gramas para o segundo comendo 4 gramas, mas o padrão se manteve em 4 outros experimentos: pessoas que imaginaram o processo de comer um alimento comeram cerca de metade em comparação com pessoas que imaginaram que estavam carregando alimentos, comendo outro alimento, ou fazendo outra tarefa.

A conclusão dos pesquisadores foi que simplesmente pensar em um alimento faz aumentar o apetite para ele, mas se imaginar comendo o alimento diminui o desejo de comê-lo. Pensar sobre um alimento tem muitos dos mesmos efeitos de realmente comer o alimento.

Os pesquisadores esperam estudar o fenômeno com mais detalhes, incluindo pedir às pessoas que venham para o laboratório com fome, para que eles possam controlar a quantidade de comida que eles comem antes de tentar imaginar a comida. Estudos em andamento deverão verificar quanto tempo o efeito da imaginação dura, quão forte ele é em contextos do mundo real e quanto é possível perder peso com a estratégia.

 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna