A Terra está para o homem assim como o homem está para a molécula. Essa foi a proporção encontrada por Henrique Toma, professor do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), para explicar a escala do universo nanométrico ao público que compareceu à sessão “Os desafios dos nanomateriais e materiais supramoleculares”, ontem na 56ª Reunião Anual da SBPC, em Cuiabá (MT).
Segundo Toma, o interesse dos cientistas se volta cada vez mais para os nanomateriais, onde a funcionalidade se reduz à dimensão nanométrica (do bilionésimo do metro) para que os materiais sejam projetados quimicamente com o objetivo de atingir propriedades e aplicações mais elevadas.
“Se olharmos para áreas como física, química, biologia e computação, acharemos um ponto em comum, a nanociência, que atualmente está no foco central delas”, acredita Toma. “A nanotecnologia terá um impacto em todas as disciplinas e quem não acompanhar essa evolução certamente ficará defasado.”
Toma citou alguns exemplos para ilustrar a afirmação, como um novo sistema para limpeza automática de superfícies. No caso, nanopartículas de dióxido de titânio são aplicadas em vidros para que sejam realizadas reações fotoquímicas. “A tensão superficial do vidro é modificada, de maneira que as partículas de sujeira que grudam no vidro sejam decompostas fotoquimicamente”, explicou.