O “calendário” asteca, uma das peças emblemáticas do império que governava parte do México quando chegaram os espanhóis, é um monumento ao Sol e não um sistema de cálculo do tempo, como se acreditava até agora, afirmou o arqueólogo Eduardo Matos Moctezuma. A pedra redonda de 24,5 toneladas erguida em 1460 pelos mexicas, povo asteca que governava em Tenochtitlán, apresenta no centro o deus solar Tonatihu mostrando a língua para pedir sangue humano. Matos assinala que a efígie, encontrada nos cimentos da catedral metropolitana, em pleno coração da Cidade do México, não mostra dias, semanas e meses, mas “as quatro idades ou sóis em que viveu a humanidade de acordo com a visão mexica”. Matos, da Escola Nacional de Antropologia e História, apresentou essa teoria em um livro escrito em co-autoria com Felipe Solís, chamado O Calendário Asteca e outros monumentos solares, onde pretende pela primeira vez esclarecer alguns aspectos obscuros desse assombroso monolito. Matos Moctezuma, chefe das escavações do Templo Mayor, um santuário mexica situado à frente da catedral metropolitana, já havia escrito outro livro sobre o tema, intitulado simplesmente O Calendário Asteca.
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