Uma nova pesquisa feita nos Estados Unidos demonstrou, pela primeira vez, que transistores feitos de nanotubos de carbono de parede única conseguem funcionar em freqüências de microondas extremamente rápidas. Segundo a Sociedade de Química Norte-Americana, que publicou o estudo em sua revista Nano Letters, a descoberta abre caminho para o desenvolvimento de computadores muito mais rápidos do que os atuais e de telefones celulares ainda mais portáteis, com consumo de energia menor e sinal mais forte.
“Desde a invenção dos transistores de nanotubo têm sido feitas previsões teóricas de que eles poderiam operar em alta velocidade. Nosso trabalho mostra que isso é verdade”, disse Peter Burke, professor de ciência da computação da Universidade da Califórnia, em Irvine, e líder do estudo.
Burke e colegas construíram um circuito elétrico com um nanotubo de carbono entre dois eletrodos de ouro. Ao variarem a voltagem, o circuito operou a uma freqüência de 2,6 gigahertz, o que significa que a corrente elétrica pôde ser ligada e desligada em apenas um bilionésimo de segundo. Trata-se da primeira demonstração de um nanotubo funcionando em microondas ondas eletromagnéticas com freqüências superiores ao das ondas de rádio.
Apesar de os cientistas terem demonstrado que os transistores microscópicos cujos tamanhos são medidos em bilionésimos de metro podem operar na faixa de gigaherts, eles acreditam que as velocidades podem ser muito maiores. “Estimamos o limite teórico nos terahertz (milhares de GHz), pelo menos 1 mil vezes acima da velocidade dos computadores atuais”, disse Burke, em comunicado da Sociedade de Química.