Máquina é criada para levar materiais às células

Engenheiros médicos da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, desenvolveram um poro artificial, que pode ser utilizado para transmitir materiais em nanoescala através de uma membrana. De acordo com o professor Peixuan Guo, que realizou a pesquisa, o poro foi criado utilizando uma máquina biológica microscópica em uma membrana lipídica. O resultado permite que DNA simples de fita dupla possam passar pela membrana.

“Este canal pode ser usado em sensores, aplicação de genes e medicamentos e em sequenciamento genético”, afirma Guo.

O nanomotor que “furou” a membrana deriva do bacteriófago phi29, um vírus que infecta bactérias. O “motor” genético da phi29 utiliza seis moléculas de material de RNA para entrar no DNA proteico, como um parafuso. Segundo David Wendell, co-autor do estudo, o desafio era demonstrar que o phi29 poderia ser utilizado para entrar na membrana lipídica.

De acordo com Guo, o maior passo que este estudo toma em relação a outro semelhantes é que ele concentrou na criação de um poro grande o suficiente para a inserção de DNA de fita dupla. “Sendo que o DNA de humanos, animais, plantas, fungos e bactérias são de fita dupla, o desenvolvimento do poro que pode absorver DNA deste tipo é muito importante”, diz o pesquisador.

O canal criado na membrana artificial pode ser usado para carregar DNA de fita dupla, medicamentos ou outros materiais terapêuticos dentro de outros organismos, possivelmente até dentro de uma célula, e dá mais um passo na área de desenvolvimento para o uso de nanomotores para carregar e distribuir agentes terapêuticos diretamente nas células infectadas.

 

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