Os pesquisadores que trabalham no Projeto Genoma concluíram a primeira fase do trabalho, que era o seqüênciamento genético da bactéria Herbaspirillum seropedicae. Como ela possui um grande potencial como fixadora de nitrogênio, o objetivo dessa pesquisa é que a bactéria venha substituir o emprego de fertilizantes nitrogenados, podendo contribuir para um aumento de produção em algumas culturas agrícolas, tais como milho, trigo, arroz e cana-de-açúcar, e além disso, gerar economia para o País.
O coordenador geral do projeto, Fábio de Oliveira Pedrosa, conta que as pesquisas começaram em 2002, quando ele foi proposto pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia. O projeto Genoma envolve pesquisadores das universidades estaduais de Londrina, Ponta Grossa, Maringá, Cascavel, além da Universidade Federal do Paraná, Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e Embrapa-Soja.
Segundo Pedrosa, a iniciativa surgiu com o objetivo de montar uma rede de laboratórios de genômica estrutural e funcional no Paraná, assim como para formar recursos humanos em biologia molecular, genômica e bio-informática. Hoje, de acordo com o pesquisador, o Estado conta com a segunda maior rede de genômica no País, tendo condições de resolver qualquer questão nessa área de conhecimento.
Resultados
Atualmente os pesquisadores já conseguiram o seqüênciamento da bactéria. Isso consistiu em determinar a seqüência de bases nitrogenadas que compõem as moléculas de DNA (genoma) e que determinam os genes que caracterizam o Herbaspirillum. O próximo passo, conta Pedrosa, será identificar a função de cada gene. A bactéria, explica Fábio Pedrosa, possui uma a capacidade de fixar o nitrogênio presente no ar atmosférico, “isto é, capturar esse elemento químico e incorporá-lo aos sistemas biológicos”.
Dessa forma, ela poderá ser usada para substituir os adubos nitrogenados. A principal vantagem, diz o pesquisador, será a economia que isso trará para o País. Só com a cultura do milho, por exemplo, a redução com o emprego da bactéria poderá chegar a US$ 520 milhões – US$ 400 milhões só no Paraná. O mesmo princípio vem sendo utilizado, há vários anos, com a cultura da soja, através do emprego da bactéria Bradyrhizobium. “A produção sem o adubo nitrogenado representa uma economia real de US$ 3 milhões para a cultura da soja”, falou Pedrosa. A expectativa em relação as pesquisas sobre a Herbaspirillum é que elas sejam concluída em até quatro anos.