São Paulo (Agência Fapesp) – A prevalência da obesidade infantil tem aumentado significativamente desde a década de 1980, preocupando pais e especialistas em todo o mundo. Tentar entender como as mães podem influenciar na melhoria ou no agravamento do problema foi o objetivo de um novo estudo, que acaba de ser divulgado.

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O trabalho, feito por Julie Lumeng e Lori Burke, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, avaliou o papel materno no estímulo aos filhos na hora das refeições, as respostas das crianças e a contribuição potencial desses fatores ao risco de obesidade. Os resultados foram publicados na edição de setembro do The Journal of Pediatrics.

As pesquisadoras analisaram o comportamento de 71 duplas de mães e filhos de 3 a 6 anos diante de quatro tipos diferentes de alimentos, dois ?familiares? (torta e batata frita) e dois ?não familiares? (um doce chinês e vegetais fritos).

Os resultados apontam que as reclamações nas refeições foram maiores em filhos de mães obesas e de baixa escolaridade, que incentivaram as crianças a comer alimentos desconhecidos.

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As mães obesas não obrigaram os filhos a comer mais em relação às mães não obesas. Mas os filhos de mães obesas reclamaram das ofertas de alimentos não familiares em 67% dos casos, enquanto que as demais crianças reclamaram em 52% das vezes.

No geral, os filhos reclamaram em 66% das vezes diante dos pedidos das mães para que comessem mais. Segundo os pesquisadores, esse hábito pode levar a criança a comer mais do que precisaria, ignorando os próprios sinais de fome e de satisfação do organismo.

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Segundo as autoras, ?é cada vez maior a quantidade de evidências sugerindo a ligação do comportamento materno com o risco de obesidade infantil?.