São Paulo – (Agência Fapesp) – A existência de livros didáticos com erros de informação e a distância do conteúdo ministrado em sala de aula com a realidade dos estudantes são duas possíveis causas da deficiência do aprendizado em ciências nas escolas brasileiras.

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A conclusão é da bióloga Andréa Ribeiro dos Santos, em dissertação de mestrado apresentada no Instituto Oswaldo Cruz (IOC), unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. O trabalho foi orientado pelo entomologista Anthony Érico Guimarães.

Andréa aplicou questionários em aproximadamente 200 alunos de uma escola de ensino público da cidade de Nilópolis (RJ), entre 2004 e 2005. A partir das respostas e de desenhos feitos pelos estudantes, que tinham entre 9 e 17 anos, a pesquisadora inicialmente analisou as percepções sobre diversos insetos.

?A principal dificuldade das crianças entrevistadas era entender o processo de metamorfose, ou seja, associar as formas prematuras das formas adultas dos insetos?, disse Andréa dos Santos. ?Os insetos são os animais com maior número de espécies e saber identificá-los é fundamental para evitar a proliferação de diferentes tipos de doenças.?

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O questionário apontou que 42% dos alunos tinham aversão a abelhas e 41% a baratas. Apenas 5% tinham medo de mosquitos e 3% de moscas, o que indica a falta de conhecimento dos alunos sobre os insetos transmissores de doenças. ?As crianças têm medo das doenças, mas não se preocupam com seus vetores potenciais. A maioria dos entrevistados não associou doenças a insetos?, disse Andréa.

Nos títulos analisados, um dos maiores erros estava em um livro destinado à 6.ª série do ensino fundamental. A única página sobre o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, trazia a foto do Anopheles sp, vetor da malária. 

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