Juravenator não apresentava plumagem

São Paulo (Agência Fapesp) – Que as aves atuais descenderam em algum momento da evolução de um grupo específico de dinossauros é uma tese com peso cada vez maior entre os paleontólogos. Mas o principal problema para os defensores da idéia é saber como isso ocorreu, em que ritmo e com qual gradação.

Um fóssil descoberto no sul da Alemanha, e descrito na edição da revista Nature da última quinta-feira, complica ainda mais a questão. Apesar de ser do grupo dos terópodes, que teria dado origem às aves, o Juravenator, como foi nomeado o novo fóssil, não apresenta evidência de ter tido algum tipo de plumagem.

?A descoberta é de fato surpreendente?, disse Luis Chiappe, pesquisador do Museu de História Natural de Los Angeles. O cientista argentino radicado nos Estados Unidos é um dos autores do artigo, assinado também por Ursula Göhlich, da Universidade de Munique, na Alemanha.

A explicação pode estar relacionada com a genética. ?É possível que tenha havido um controle dos genes sobre a formação ou não das plumas, de maneira parecida com a que ocorre com a formação dos dentes?, diz Chiappe. Para o paleontólogo, o Juravenator pode ter tido uma bateria genética para o desenvolvimento das plumagens que foi inibida por algum motivo.

?Ainda há muito a aprender. Creio que vamos encontrar mais coelurossauros (grupo de dinossauros terópodes sem plumas). O cenário certamente vai ficar ainda mais complexo?, aponta Chiappe.

O fóssil encontrado no sítio de Solnhofen viveu no fim do Jurássico, há aproximadamente 150 milhões de anos. Ele era carnívoro e tinha uma mandíbula com 27 centímetros de comprimento. 

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