Filas, confusão, shoppings lotados, correria para comprar os presentes. O Natal está chegando. É a época em que todos os brasileiros vão às compras e que tais situações são praticamente inevitáveis. Mas muitos estão fugindo destes contratempos e se tornando adeptos da internet para fazer as compras de final de ano ou, ao menos, para pesquisar os preços dos produtos que pretendem comprar, saindo de casa direto para a loja em que o presente é mais barato.
Segundo previsões da consultoria e-bit, os sites de comércio eletrônico devem faturar R$ 755 milhões nesse período de Natal, o que representa um crescimento de 64% em relação ao mesmo período de 2005. Em 2003, primeiro ano que a e-bit realizou o levantamento, R$ 204 milhões foram movimentados em compras via internet no período de Natal. Ou seja, em três anos, as negociações mais que triplicaram.
Ciente da importância da data que se aproxima – a mais importante para o varejo no ano -, o Submarino.com, uma das maiores lojas virtuais da América Latina, praticamente lotou a capacidade de seu estoque (dois milhões de itens) para atender a demanda de todo o País. Além de automatizar a parte operacional, a companhia pretende garantir que os clientes encontrem no site tudo o que precisam. Para tanto, ampliou para 25 o número de categorias, com o lançamento de três lojas: Vinho & Cia., Casa & Segurança e Papelaria. O diretor comercial e de marketing da companhia, André Shinohara, estima que os produtos mais procurados neste ano serão as TVs de LCD e de plasma, os notebooks e os celulares com tecnologia de última geração. Os títulos de livros e DVDs que serão lançados até o final do ano também devem vender bem. ?Nossos investimentos têm a finalidade de conquistar novos clientes, principalmente os que vão aproveitar o Natal para comprar pela primeira vez na internet, além da contínua busca na melhoria de nossa oferta de produtos e serviços?, afirma o executivo.
Promoções diárias, formas facilitadas de pagamento, frete grátis para alguns produtos e a garantia da entrega em até dois dias após a compra são alguns dos diferenciais que se pode encontrar na internet, que fazem a rede competir diretamente com o mercado presencial.
Sem contar o também crescente número de consumidores que utilizam a internet como canal de pesquisa para a comparação de preços e se utilizam da ferramenta para comprar mais barato on e offline.
Cid Torquato, consultor especializado em Economia Digital, afirma que a internet é mais importante como veículo de formação da decisão de compra do que como canal de compra e venda. ?Calcula-se que, no Brasil, para cada negócio realizado eletronicamente, a internet é diretamente responsável por pelo menos outros cinco negócios fechados em outros canais, principalmente o presencial, nas lojas e shoppings do País?, revela.
Sites também contratam temporários
Hoje, cerca de 25 milhões de brasileiros usam sites de comparação de preços para decidir o que e onde comprar. Ou seja, o contingente de internautas que usa a web para pesquisas é pelo menos três vezes superior ao daqueles que efetivamente transacionam pela internet, hoje por volta da casa dos 8 milhões de usuários.
Isso quer dizer que além dos quase R$ 800 milhões em compras online, apenas de bens de consumo, estimados para esta temporada, as pesquisas e comparações de preços e produtos pela internet devem influenciar, diretamente, pelo menos outros R$ 4 bilhões em negócios realizados em outros canais.
Outro dado interessante sobre este período diz respeito à contratação de mão-de-obra temporária, a exemplo do varejo convencional. Segundo a Alshop – Associação Brasileira de Lojistas de Shopping, no Natal de 2004, os shoppings contrataram cerca de 16 mil temporários apenas em São Paulo. No varejo eletrônico, em todo o Brasil, a partir do mês de outubro serão gerados mais de 4 mil postos de trabalho temporário nas lojas, empresas de logística e de telemarketing.
É preciso cuidado para compras online
Além da facilidade e comodidade que a internet oferece, é necessário estar atento aos riscos que as transações via online trazem. ?Em primeiro lugar, as pessoas devem realizar suas compras em sites conhecidos, de boa referência. É indicado que as compras sejam programadas para um só dia, assim, antes de efetuá-las, o usuário deve atualizar e passar antivírus e anti-spyware. Depois de efetuadas todas as compras, é necessário realizar algumas operações básicas, como limpar formulários e senhas, excluir cookies e arquivos temporários e limpar histórico. Outro fator importante é a conferência do produto no ato da entrega. Assim que o destinatário recebe o pacote, ele deve abri-lo e verificar se o produto está em prefeitas condições antes de assinar a guia de recebimento?, diz Alexandre Hashimoto, mestre em sistemas integrados, novas tecnologias e coordenador do curso de Sistemas de Informação das Faculdades Integradas Rio Branco.
Também preocupada com a segurança de seus clientes, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) divulgou uma série de dicas para os usuários que optam por fazer transações online, entre elas as compras. Não utilizar computadores de empresas e muito menos os instalados em lan houses. Trocar periodicamente sua senha de acesso ao internet banking e, até, aos sites de compras. Acompanhar com freqüência os lançamentos em sua conta corrente e, sempre que possível, optar pela compra via impressão de boleto bancário, para que não seja necessário digitar senhas ou números de cartão de crédito do computador, são algumas dicas da Febraban para que o cidadão não se decepcione ao optar por fazer suas compras de Natal via internet.