Pesquisadores do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, desenvolveram um novo processo capaz de produzir estruturas de gesso com elevada resistência mecânica. A intenção é substituir, em alguns casos, o uso do cimento na construção civil.
Os pesquisadores conseguiram criar placas de gesso resistentes a partir de uma adição mínima de água para satisfazer a reação de hidratação. "Com isso, é possível obter peças mais densas e de alta resistência mecânica", disse Milton Ferreira de Souza, coordenador científico do projeto. Com pouca água, explica o professor da USP de São Carlos, o gesso passa a ter outro tipo de consistência. "O material não vira uma pasta e sim um pó umedecido que, ao ser comprimido, gera peças mais fortes até do que as de concreto", explicou.
O novo material é também mais resistente do que o gesso utilizado regularmente na substituição das divisórias internas pela construção civil. Essas estruturas, conhecidas como dry wall, apresentam alta capacidade de absorção de água e, por conta disso, desenvolvem baixa resistência à compressão e à flexão. "Como até 70% de água é adicionada nos processos tradicionais, o gesso pode esfarelar em algumas aplicações", diz Souza. "Neste caso, as placas de dry wall precisam ser reforçadas por uma camada de papel antes de serem usadas".