São Paulo (Agência Fapesp) – Estima-se que pelo menos 250 espécies de árvores madeireiras nativas da Amazônia sejam comercializadas, das quais 20 representam aproximadamente 80% do volume total de recursos movimentados pelo setor madeireiro no país. Nesse cenário, a promoção do uso sustentável das espécies tem sua importância aumentada.
?Respeitar a floresta significa usá-la de forma racional. Para isso, a melhor forma de valorizar e preservar o material madeira é seguir o tripé formado pelos conceitos ?socialmente justo?, ?economicamente viável? e ?exploração sustentável??, disse Geraldo José Zenid, diretor do Centro de Tecnologia de Recursos Florestais (CT-Floresta), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Zenid é responsável pela criação de uma ampla base de dados sobre madeiras comerciais brasileiras, que acaba de ser disponibilizada na internet. O projeto foi financiado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo. Informações técnicas de 80 espécies nativas e de reflorestamento utilizadas pela construção civil e pela indústria de móveis podem ser consultadas no site.
O diretor do CT-Floresta conta que, há alguns anos, os consumidores brasileiros não tinham dúvidas quanto à escolha das espécies. Segundo ele, quase sempre se utilizava a peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron) para as estruturas da edificação que necessitavam de maior resistência mecânica e o pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) para componentes mais leves e acabamentos em geral.
?Hoje, com a introdução de novas espécies da Amazônia, os usuários têm muita dificuldade em saber qual a madeira exata para suas necessidades?, explica Zenid. ?Nossa proposta é fornecer informações técnicas para que o uso de madeiras brasileiras não seja concentrado em poucas espécies?, afirma o pesquisador, destacando que o Estado de São Paulo é o maior consumidor de madeiras amazônicas no país.
O site do IPT disponibiliza ainda o guia ?Madeira: Uso Sustentável na Construção Civil?, que também visa a orientar profissionais da construção civil e revendedores de madeira, de modo a poupar espécies em risco de extinção.
Mais informações: www.ipt.br/areas/ctfloresta/ lmpd/madeiras.
