Não é de hoje que indústrias e autoridades governamentais se preocupam com a qualidade sonora dos eletrodomésticos, automóveis, brinquedos, equipamentos e máquinas produzidas no País. Mas nos últimos anos, isso deixou de ser apenas uma preocupação para se transformar em importante diferencial de competitividade num mercado globalizado que, cada vez mais, exige qualidade, eficiência e conforto auditivo dos produtos utilizados no dia-a-dia.
Com isso, geladeira, máquina de lavar, ar-condicionado, liquidificador e até secador de cabelos, entre outros eletrodomésticos, vêm recebendo tratamento especial dos fabricantes com a ajuda de universidades, instituições e centros de pesquisa que trabalham com a psicoacústica -ciência que associa a psicologia com a percepção auditiva, na busca da chamada qualidade sonora.
Em Brasília, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (Fau) da UnB desenvolveu placas de absorção sonora feitas de fibras vegetais e papel reciclado para serem instaladas em estúdios, hospitais e salas de aula, locais onde a reverberação do som prejudica o conforto sonoro do ambiente. A mistura de fibra de bananeira cozida em água e soda cáustica, polpa de papel e um componente aerante responsável pela formação de bolhas de ar, alcançou índices de absorção entre 60% e 90% para freqüências médias ou altas.