Indústria fonográfica processa piratas

A indústria da música iniciou mais 8 mil processos judiciais contra pessoas acusadas de compartilhar arquivos no mundo todo (desses, 20 contra usuários brasileiros), intensificando seus esforços para acabar com a pirataria on-line e encorajar o uso dos serviços legalizados de download. A Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), que representa gravadoras do mundo todo, anunciou ontem, no Rio de Janeiro, que novas ações haviam sido iniciadas em 17 países, como Brasil, México e Polônia.

Os processos mais recentes são contra usuários suspeitos de oferecerem grandes quantidades de músicas em redes P2P como BitTorrent, eDonkey e LimeWire, de acordo com a IFPI, que acredita que perseguir ?piratas em massa? pode ser mais efetivo que processar pessoas que baixaram algumas canções.

O grupo empresarial afirmou que mais de 1 bilhão de faixas de música foram baixadas ilegalmente no ano passado no Brasil, o maior mercado da América Latina. No país, desde 2000, o faturamento das gravadoras caiu quase pela metade, disse a IFPI. Segundo a federação, cerca de 20 bilhões de músicas foram baixadas ilegalmente em todo o mundo, no ano passado.

A indústria já iniciou cerca de 18 mil processos judiciais nos EUA, o maior mercado do mundo, e 13 mil nos demais países. O procedimento judicial envolve tanto ações criminais como ações civis contra os uploaders, as pessoas que, sem permissão, disponibilizam músicas protegidas por direitos autorais nas redes de compartilhamento de arquivos da internet.

Para o presidente-executivo da IFPI, John Kennedy, não existe mais o conceito de que troca de arquivos era uma coisa inocente, legal e sem vítimas. Para ele, os usuários desse tipo de rede estão infringindo a lei, têm como serem descobertos e podem estar sujeitos às punições cabíveis. ?As pessoas deveriam entender que podem ser pegas em qualquer rede que estiverem usando?, revelou.

Os downloads legais representam cerca de 11% do total de venda de músicas, mas ainda não compensam a queda nas vendas de CD. O número total de músicas vendidas caiu 4% na primeira metade de 2006. Segundo Kennedy, os esforços para ver as vendas digitais compensarem as perdas com o formato físico são a grande missão da indústria da música. Ele afirmou esperar que isso aconteça já em 2007. 

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