Índice de Pirataria de software no Brasil cai para 55% em 2002

A Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) e a Business Software Alliance (BSA) anunciam os resultados do último estudo realizado pelo International Planning and Research Corporation (IPR) para medir os níveis de pirataria de software de negócios e as perdas em dólares acarretadas por esta prática. Em 2002, o índice mundial atingiu 39% e as taxas de falsificação no Brasil foram para 55%.

Os 39% representam a volta da queda da pirataria mundial, após o índice ter crescido de 1999 a 2001. No Brasil, devido à intensa campanha antipirataria realizada pela Abes e pela BSA, que originou 450 ações no ano passado, o nível está em curva decrescente desde o primeiro levantamento feito, em 1994. Há dois anos, a prática ilegal atingia 58% do total do mercado nacional, caindo para 56% em 2001 e chegando aos 55% atuais.

A expectativa é de que o índice continue a diminuir com a intensificação da campanha, que já gerou 38 ações de rua e 33 ações judiciais contra o comércio e o uso de software ilegal no país, bem como 108 ações judiciais cíveis contra usuários de software pirata apenas nos primeiros cinco meses de 2003. ?A constante queda da pirataria no país demonstra que as associações caminham no sentido certo, não apenas processando usuários de software pirata, mas também atuando em campanhas de educação e conscientização da sociedade?, afirma André de Almeida, consultor jurídico da BSA no Brasil

Ao compararmos a pirataria entre diferentes áreas, a América Latina tem a segunda taxa mais alta, com 55% dos programas instalados ilegalmente, sendo superada apenas pela Europa Oriental, que atingiu 71%. A região da Ásia/Pacífico divide a segunda posição com a América Latina, seguida pelo Oriente Médio e a África, ambos com 49% de softwares ilegais. As regiões com os índices mais baixos são a América do Norte, com 24% e a Europa Ocidental, com 35%.

Apesar da queda nas taxas de pirataria em todas as regiões, com exceção da Europa Oriental, que subiu de 67% para 71%, as perdas de receita em virtude das cópias ilegais aumentaram 19% em 2002, chegando a mais de US$ 13 bilhões. A América Latina foi a única área em que as perdas diminuíram em relação a 2001. Ainda assim, elas representam 48% do total mundial, atingindo aproximadamente US$ 824 milhões. Só os membros da BSA estabelecidos no Brasil sofrem com 48% das perdas de todos os países latino-americanos e 3% das perdas do mundo.

?A média mundial de programas falsificados diminuiu dez pontos percentuais nos últimos oito anos, de 49% para 39%. A luta contra a pirataria e seus efeitos maléficos para toda a sociedade está surtindo efeitos negativos, embora ainda tenhamos perdas alarmantes em mercados de todo o mundo?, declara José de Miranda Dias, presidente da Abes.

Um estudo sobre os impactos da falsificação em todo o mundo, realizado pelo International Data Corporation (IDC), demonstrou que uma redução de 10 pontos percentuais até 2006 na taxa latino-americana de pirataria de software, que em 2001 era de 57%, promoveria um crescimento de US$ 38 bilhões em receitas no setor, empregando 750 mil novas pessoas. O Brasil, que detém o maior setor de TI da região, agregaria mais US$ 3,2 bilhões à sua economia, o mesmo valor de todos os outros países latino-americanos combinados.

Para o levantamento, foram considerados apenas programas de negócio, classificados em:

– Softwares de produtividade geral: banco de dados, gráficos de apresentação, gerenciamento de projetos, planilhas e processadores de textos;

– Softwares profissionais: contabilidade, idiomas, curriculares, edição em desktop publishing, outros idiomas, desenho ou pintura profissional e ferramentas de programação;

– Softwares de serviços básicos: aplicativos, calendários e agendas, clips, comunicações, administração de treinamento e produtividade, correio eletrônico, fontes, formas, negócios gerais, acesso à Internet e ferramentas, produtividade pessoal e profissional, identificação pessoal, serviços básicos e treinamento.

Foram excluídas da pesquisa as categorias lazer, criação doméstica, educação doméstica, softwares integrados, finanças pessoais, software de referência e programas de impostos.

Índice de Pirataria de Software no Brasil

Ano – Porcentual de Pirataria

1994: 77%
1995: 74%
1996: 68%
1997: 62%
1998: 61%
1999: 58%
2000: 58%
2001: 56%
2002: 55%

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