São Paulo (Agência Fapesp) – O espetáculo luminoso oferecido pelos vaga-lumes nas áreas de mata no Brasil ocorre por causa da luciferase, enzima fundamental para que o processo da bioluminescência possa ser visível. Para isso, o composto luciferina é oxidado pelo oxigênio na presença do trifosfato de adenosina (ATP). Como por trás de uma enzima sempre existe um gene, pesquisadores brasileiros resolveram identificá-lo. Com isso feito, foi possível desenvolver, por meio da engenharia genética, um mecanismo que usa a luminosidade do processo para fins práticos.
?Estamos desenvolvendo biossensores bacterianos vivos contendo o gene da luciferase clonada?, resume Vadim Viviani, professor do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Rio Claro. ?Essa tecnologia poderá ser usada para a análise de substâncias tóxicas em amostras de água ou para a bioprospecção de novos agentes microbicidas?, diz o pesquisador, que já teve o pedido de patenteamento da técnica genética aprovada.
No caso dos experimentos realizados em Rio Claro, os pesquisadores inseriram o gene na bactéria Escherichia coli. ?Dessa forma, esses microrganismos podem ser cultivados em larga escala para a produção massiva da enzima luciferase?, explica Viviani.
O grupo da Unesp conseguiu outra proeza além do desenvolvimento dos biossensores. ?Contamos hoje com a maior biblioteca de luciferases do mundo. Temos um conjunto de enzimas clonadas a partir de sete espécies diferentes de besouros (não é apenas o vaga-lume que tem luminescência] e mais de 30 substâncias mutantes produzidas em nosso laboratório?, diz Viviani.
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