São Paulo (Agência Fapesp) – O Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP) utiliza vários modelos para entender a poluição nos céus da Região Metropolitana de São Paulo. Em todos os casos, o objetivo é conseguir novos resultados científicos e também ajudar na mitigação dos efeitos da poluição sobre a saúde humana.
No IAG, o grupo do Laboratório Master (Meteorologia Aplicada a Sistemas de Tempo Regionais) trabalha em simulações matemáticas específicas com uma abordagem regional. O modelo desenvolvido pela professora Fátima Andrade, entretanto, visa a entender os aspectos fotoquímicos dos poluentes. ?Nossa visão é regional e, para isso, temos uma série de modelos já validados?, explica Edmilson Dias de Freitas, do Laboratório Master. O pesquisador será uma das pontes do Programa de Pesquisa Urbana em Meteorologia e Meio Ambiente da Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), uma das agências da Organização das Nações Unidas (ONU).
Depois de desenvolver programas piloto em cidades como Pequim, na China, e Moscou, na Rússia, os olhos dos cientistas internacionais se voltam à América Latina. E não é para menos. Os números das três cidades mais poluídas da região são categóricos.
Enquanto a Cidade do México tem uma emissão média anual de 60 microgramas por metro cúbico, Santiago, no Chile, tem 65 microgramas. São Paulo está um pouco abaixo, com 49 microgramas. O padrão internacional aceito como ideal é de 50 microgramas por metro cúbico. Em relação à população, são 5,3 milhões vivendo na capital chilena, 17,9 milhões no planalto paulista e 18,1 milhões no platô mexicano. ?Depois de reuniões no México e em Santiago estamos fazendo agora essa em São Paulo, para apresentar o nosso modelo e transferir conhecimento?, explicou Gregory Carmichael, pesquisador da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos.