Depois de lançar o computador popular, o governo federal quer popularizar o notebook. Uma portaria publicada nesta semana altera o projeto Computador para Todos e a principal novidade é o incentivo à venda de laptops. Com isso, o portátil passa a ter acesso a financiamento com juro abaixo do vigente no varejo.
O preço limite de comercialização dessas máquinas com benefício será de R$ 1,8 mil, e os interessados terão as mesmas condições oferecida para os PCs de mesa, que terão o preço limite reduzido de R$ 1,4 mil para R$ 1,2 mil.
O governo ainda não tem uma previsão de quando o benefício estará disponível nas lojas, já que são necessárias algumas semanas para que a cadeia produtiva e de comercialização se adapte às mudanças. As linhas de crédito serão oferecidas pela Caixa Econômica Federal, pelo Banco do Brasil e por varejistas credenciados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Para ter direito à linha de crédito, o notebook deve seguir a seguinte especificação: freqüência mínima de 1,4 GHz, memória principal mínima de 512 Mb, uma unidade de disco rígido interna com capacidade mínima de 40 GB, uma unidade interna ao gabinete de gravação de CD e leitor de DVD ou gravação de CD e DVD. A tela deve ter tamanho mínimo de 14 polegadas TFT colorido (matriz ativa). A interface de som deve ser compatível com Sound Blaster PCI, 16 bits, plug & play, com alto-falantes estéreo embutidos ao equipamento. Estão previstas três interfaces de comunicação USB 2.0, interface de comunicação sem-fio (wi-fi), adaptador 110/220V, e o notebook deverá pesar no máximo três quilos. Configurações similares às dos laptops básicos disponíveis no mercado.
O sistema operacional precisa ser o Linux, software livre e principal concorrente do Windows, da Microsoft. A idéia é facilitar o acesso da população de baixa renda à internet e combater o chamado mercado cinza, computadores geralmente montados de forma irregular e trazidos via contrabando. Para o PC de mesa, a iniciativa já surtiu efeito.
Para dar suporte ao projeto, que foi estendido até 2008, o orçamento dos financiamentos concedidos pelo BNDES será ampliado de R$ 300 milhões para R$ 600 milhões. O financiamento é oferecido pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal com juros de 2% ao mês e pagamento em 24 meses.
Lula comemora resultados
Roger Pereira
Ao anunciar a inclusão dos notebooks no programa Computador para Todos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que computador deixou de ser coisa de rico no Brasil. ?No Brasil, o computador deixou de ser coisa de rico e o conhecimento deixou de ser para poucos. Ainda temos um longo caminho a percorrer, mas a inclusão digital é cada vez mais uma realidade neste País?, disse Lula, na cerimônia de inauguração da fábrica da Dell, em Hortolândia (105 quilômetros a noroeste de São Paulo).
O presidente afirmou ainda que 2,2 milhões de pessoas compraram o primeiro computador em 2006. ?Compraram porque o computador, que até outro dia era inacessível à imensa maioria da população brasileira, com prestações de R$ 300, R$ 400, hoje deixou de ser um sonho irrealizável para as crianças das camadas populares, porque o pai ou a mãe podem comprar pagando R$ 50 ou R$ 60 por mês numa prestação.?