Rio de Janeiro – Empresas brasileiras que ainda não possuem sistemas de segurança para acesso à internet são mercado potencial para a norte-americana Genuity, líder em solução de infra-estrutura de redes IP e considerada uma das fundadoras da internet no mundo. O grupo decidiu manter no país investimentos que foram suspensos em outras regiões da América Latina, como Chile e Argentina. Os valores desses investimentos variam entre US$ 10 milhões a US$ 30 milhões por país. “O ano de 2003 será marcado por um represamento nos investimentos das multinacionais no mundo todo, mas ainda assim é esperado que este setor cresça neste ano entre 20% a 30% no país”, acredita o presidente da Genuity para a América Latina, Roberto Thiele. Há apenas três anos no Brasil, a Genuity, em 2002, cresceu 200% em relação ao faturamento no ano passado. O número de pontos de presença no País, os chamados pops, praticamente dobraram, disse Thiele. Mesmo assim, o Brasil ainda é pequeno frente ao tamanho da Genuity no mundo. O País atinge apenas 1% dos negócios gerais da empresa, que está presente em outros 50 países. “Há muito para crescer neste mercado no mundo todo e, num país como o Brasil, onde poucas empresas estão conectadas à rede, o potencial de crescimento é muito maior.” Além disso, diz ele, o Brasil tem a seu favor uma posição privilegiada, que permite a utilização de cabos submarinos para a transmissão de dados, o que reduz o custo de operação. Outra vantagem, afirma ele, é a extensa diversidade de empresas, o que aumenta a área de atuação do grupo no país. O ânimo da Genuity para com o Brasil, disse Thiele, foi renovado com recente contrato firmado com uma grande empresa de capital nacional e com forte presença na exportação. O valor da negociação foi de US$ 5 milhões, mas o nome da empresa tem que ser mantido em sigilo, “para não aguçar a curiosidade e promover desafios aos hackers”, afirma. Ele diz, entretanto, que a Genuity é hoje a responsável pelos sistemas de segurança da Telemar, no Brasil, e tem entre os principais clientes no mundo o Bank of America, Deutsche Bank, a Compaq, Mitsubishi International, Novartis e Cargill, além de órgãos governamentais norte-americanos, como o gabinete executivo da Casa Branca. Em contrapartida, o Brasil possui um obstáculo que dificulta a expansão das atividades no País, diz Thiele, que é a existência de hackers em profusão. Segundo estudo da empresa de segurança Mi2g, os hackers brasileiros hoje ganham do leste europeu, que até há poucos anos era campeão em vandalismo na rede. Em julho, última data da pesquisa, os ataques a empresas brasileiras ficaram em terceiro lugar em ataques no mundo todo. “Ao mesmo tempo em que estes ataques fortalecem a necessidade de maior segurança em empresas que já utilizem a rede, eles inibem fortemente a entrada de novas empresas na internet”, afirma.
Genuity aposta nos sistemas de segurança na internet
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