Tal qual os terremotos, que são medidos pela escala Richter, os furacões também são classificados. Com base na intensidade, a escala Saffir-Simpson classifica o fenômeno em números de 1 a 5, baseado no potencial de destruição esperado. A velocidade é o fator determinante da escala. O Katrina, que alagou Nova Orleans e parte do sul dos Estados Unidos no final de agosto, era da categoria 5, a mais forte de todas com ventos superiores a 249 km/h. Foi o quarto da categoria no país desde que os furacões começaram a ser medidos. O último havia sido o Andrew, que matou pelo menos 43 pessoas em 1992, na Flórida.

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Um novo estudo indica que os furacões estão cada vez mais fortes. Segundo a pesquisa, feita por cientistas do Instituto de Tecnologia da Geórgia (Georgia Tech) e do Centro Nacional para Pesquisas Atmosféricas (NCAR), o número de furacões das categorias 4 e 5 praticamente dobrou em todo o mundo nos últimos 35 anos. O estudo também mostra que o total de furacões diminuiu desde 1990 e que o aumento na quantidade de exemplos nas categorias mais fortes coincide com a elevação nas temperaturas da superfície oceânica. Os resultados da análise estão publicados na edição de 16 de setembro da revista Science.

Os autores são Peter Webster, Judith Curry e Hai-Ru Chang, do Georgia Tech, e Gred Holland, do NCAR. Eles estudaram o número, a duração e a intensidade de furacões registrados em todo o mundo de 1970 a 2004. O estudo teve apoio do National Science Foundation (NSF). ?Os resultados são perturbadores. Na década de 1970, temos uma média anual de dez furacões nas categorias 4 e 5, em todo o mundo. Desde 1990, o número praticamente dobrou, para 18?, disse Webster. A quantidade de furacões mais fortes em relação ao total também tem aumentado. ?Os das categorias 4 e 5 respondiam por 20% do total nos anos 70, mas na última década somaram 35%?, conta Judith Curry.

O maior aumento no número de furacões intensos foi verificado no norte e sudoeste do Oceano Pacífico e no norte e sul do Índico. Houve também uma pequena elevação no Atlântico Norte. Segundo os autores do estudo, há uma estreita relação entre o aumento nas temperaturas oceânicas e nas intensidades dos furacões. A única região do planeta onde os furacões estão mais numerosos e duradores, especialmente desde 1995, é no Atlântico Norte. A região experimentou uma média anual entre oito e nove desses fenômenos na última década, em comparação com os seis ou sete do período anterior.

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Os cientistas trabalham agora para tentar determinar o papel dos furacões no clima global. ?O que eles mais fazem é esfriar os oceanos, ao evapor a água e redistribuír o calor para altitudes mais elevadas?, explica Webster. Segundo o pesquisador, o problema é que não se sabe como funciona a evaporação oceânica em casos em que os ventos sopram a mais de 160 km/h, como nos furacões.

O artigo Changes in tropical cyclone number, duration, and intensity in a warming environment pode ser lido no site da Science, em www.sciencemag.org. 

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