A física brasileira Belita Koiller recebeu em Paris (França) um dos cinco
prêmios concedidos pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Ciência, a
Educação e a Cultura) e pela empresa internacional de cosméticos L’Oréal para
promover o papel da mulher na ciência. Professora titular de Física da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, ela recebeu US$ 100 mil por seus
trabalhos de pesquisa teórica sobre os elétrons em meios desordenados como o
vidro.
Belita Koiller é a terceira brasileira a receber o prêmio
principal, depois de Mayana Zatz, especialista em genética (2001) e da
bioquímica Lúcia Mendonça Previato (2004). Pesquisadora do CNPq desde 1985 e
primeira física titular da Academia Brasileira de Ciências, Koiller é uma
reconhecida orientadora de teses e em 2002 foi condecorada com a Ordem Nacional
do Mérito Científico.
Também receberam o prêmio da Unesco a tunisiana
Zohra Ben Lajdar, a americana Myriam P. Sarachik, a japonesa Fumiko Yonezawa e a
francesa Dominique Langevin. A edição 2005 da premiação coincide com a
celebração do Ano Internacional da Física, e por isso privilegiou trabalhos de
pesquisas da matéria, um campo no qual "as mulheres estão insuficientemente
representadas", segundo a Unesco.
De acordo com informações da Academia
Brasileira de Ciências, os trabalhos premiados dizem respeito aos campos mais
promissores da Física, como a nanociência ou a física quântica. Não se centram
apenas em diferentes tecnologias como os semicondutores, a medição da poluição
do ar ou a extração de petróleo, mas abrem perspectivas à construção de módulos
para a Estação Espacial Internacional de Marte ou para a criação do computador
quântico, que poderia revolucionar todos os métodos de trabalho atuais.