Foto: Fábio Alexandre

Cláudia Batchen, Cecil Wágner Skaleski e Giampaolo Junior Sgarbi, da equipe Aurora, querem repetir resultado de 2006.

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Quatro equipes paranaenses se preparam para disputar, entre os dias 4 e 7 de outubro, em São José dos Campos (SP), o SAE Brasil Aerodesign. A competição tem cunho educacional e é aberta para estudantes de graduação e pós-graduação, inscritos em categorias diferentes (leia mais abaixo). Na edição deste ano, 73 competidores, sendo cinco estrangeiros, vão participar da disputa. 

Catorze times da região Sul, sendo dois de Santa Catarina e oito do Rio Grande do Sul, estão montando suas aeronaves para a competição. No Paraná, participam duas equipes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), uma da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e outra do Centro Universitário Positivo (Unicenp).

Dentro os projetos, há quem se atreva a apostar na inovação. É o caso da equipe Fênix, da UFPR, que está desenvolvendo um avião sem fuselagem, com a estrutura central distribuída nas asas. ?Optamos por essa configuração para diminuir o arrasto aerodinâmico, que fez a gente sofrer no ano passado?, afirmou o capitão da equipe, Roberson Roberto Parizotto. Estudante do nono período de engenharia mecânica, ele participa do concurso pela terceira vez, mas é estreante no comando. ?Todo ano, em algum momento, o regulamento é mudado. Não podemos reaproveitar um projeto anterior e temos de fazer tudo novo. A única coisa que permanece são os conceitos que aprendemos no desenvolvimento?, explicou. A inovação levou a um atraso no projeto e o protótipo da Fênix deve ser testado somente na semana que vem.

Participando da competição como equipe Aurora, os alunos do Unicenp querem, em 2007, repetir o resultado do ano passado quando conseguiram a melhor colocação entre os paranaenses que entraram na disputa, conquistando o oitavo lugar geral na classe regular. Mesmo com a equipe renovada e com um design mais conservador em relação ao projeto da UFPR, a capitã Cláudia Bastschen, aluna do 3.º ano de engenharia mecânica, aposta na repetição do bom resultado. ?Esse ano desenvolvemos muitos conceitos que só poderão ser tirados do papel mais para frente. No momento, nos falta experiência?, disse. O teste da aeronave, que está quase pronta, deve ser realizado hoje.

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O retorno ao modelo mais tradicional, com fuselagem, também foi a opção da equipe Anhanguera, que conta com alunos da UTFPR. O capitão Émerson Katsumi Onishi, aluno do último ano, também de engenharia mecânica, destaca que o projeto deste ano é mais consistente e almeja uma boa colocação na competição. ?No ano passado ocorreram alguns problemas e nossa equipe ficou em 34.º na classificação geral?, afirmou. Mesmo com as melhorias, os alunos ainda tiveram que encarar a falta de tempo para desenvolver o projeto. ?Ficamos esperando o patrocínio vir e o dinheiro acabou não vindo. Então bancamos os custos do próprio bolso?, explicou. Como resultado, este ano a Anhanguera não vai elaborar um modelo como base e vai partir direto para a construção do protótipo, que também deve ser testado pela primeira vez neste final de semana.

Experiência e amadurecimento

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Muito mais que uma competição, um aprendizado. É a idéia que predomina entre os participantes paranaenses do SAE Brasil Aerodesign, que conta com duas classe: a regular, para alunos de graduação e a aberta, para aqueles que cursam a pós-graduação.

Para o estudante Giampaolo Junior Sgarbi, da equipe Aurora, o concurso é uma forma de tornar os conhecimentos aprendidos em sala de aula mais ?palpáveis?. ?É difícil encarar toda aquela teoria sem muita prática que é ministrada nos primeiros anos do curso. O aerodesign dá uma oportunidade de colocar tudo o que aprendemos em sala num modelo que vai voar.?

Já Émerson, da equipe Anhanguera, destaca a importância de qualquer atividade fora do âmbito normal da graduação. ?As atividades extra-curriculares de todo tipo só ajudam no aprendizado. No caso é importante porque não há curso específico de aerodesign no Paraná?, afirmou.

Outro desafio dos participantes é a parte administrativa, pois, além do projeto, eles têm de apresentar relatórios demonstrando todos os cálculos efetuados para a obtenção do modelo. ?Digamos que é uma dor de cabeça recompensadora, pois já estamos nos preparando para o trabalho de conclusão de curso?, contou Cláudia, capitã da equipe Aurora.

Outro fator importante destacado pelos participantes é a convivência em equipe que o concurso proporciona. ?Além do conhecimento técnico, houve uma melhora de relacionamento com as pessoas e obtive mais condições de tranqüilidade pra liderar um projeto?, disse Roberson, capitão da Fênix. ?É um amadurecimento nas relações interpessoais?, disse o estudante Cecil Wágner Skaleski, da Aurora. A importância da vivência com outros futuros profissionais também é lembrada por Cláudia. ?Eu não quero sair da faculdade com um diploma de engenheira, eu quero sair uma engenheira?. (FK)