Há 21 anos, a Universidade Estadual de Michigan realiza experiências para rastrear a essência da evolução. A pesquisa poderá auxiliar em pesquisas na área de biotecnologia e em avanços na área médica, dizem os pesquisadores.
Com um número inédito de ciclos estudados, a teoria da evolução tem sido testada. Tudo começou há 150 anos com a publicação A Origem das Espécies, de Charles Darwin.
Agora, o professor de ecologia microbiana da Universidade Estadual de Michigan, Richard Lenski, e sua equipe documentaram as análises que fizeram de 40.000 gerações de bactérias, querendo trazer a teoria de Darwin para a prática.
Os pesquisadores acreditavam que, se uma mutação genética oferecesse alguma vantagem à célula na competição por comida, por exemplo, ela deveria passar a ser dominante em sua cultura.
Por ter uma capacidade de se reproduzir rapidamente, a espécie de bactéria unicelular escolhida foi a Escherichia coli. Periodicamente, eles as congelaram para estudos posteriores, que, com a ajuda da tecnologia, possibilitou a realização do sequenciamento genético completo desses organismos.
A equipe de Lenski conseguiu identificar que até a geração 20.000 haviam acontecido 45 mutações que ofereciam vantágens para as bactérias. Quando chegaram na geração 26.000, uma mutação no metabolismo fez com que o número de mutações em todas as partes das bactérias aumentasse drasticamente. Na geração 40.000, foram descobertas 653 mutações, porém a maioria delas não apresentou características comprovadamente úteis para as bactérias.
De acordo com Lenski, mesmo que as bactérias não tenham conseguido se adaptar às suas novas características, a taxa das mutações teve um salto muito grande, fazendo com que um relacionamento dinâmico fosse estabelecido.