Alongar o pescoço supostamente deveria aliviar a dor, e não causá-la. Mas há alguns anos, neurologistas notaram uma estranha semelhança nas pessoas que sofreram derrame cerebral. A maioria delas havia visitado um quiroprático há pouco tempo, especialmente para fazer ajeitar o pescoço.
A hipótese dos neurologistas é que uma das práticas da quiropatia chamada de manipulação da espinha cervical, que envolve uma enérgica torção do pescoço, pode danificar duas das principais artérias que ligam o pescoço à parte traseira do cérebro. O derrame cerebral em pessoas com menos de 45 anos é bastante raro, mas uma das principais causad dele é a dissecação da artéria cervical.
Estudos a seguir sugeriram essa associação. Um estudo em Stanford, que envolveu 177 neurologistas, descobriu que 55 pacientes sofreram derrames pouco tempo depois de visitarem quiropráticos. Outro, publicado no jornal Neurologist, revelou que pacientes que tiveram ajustes no pescoço eram cinco vezes mais suscetíveis à derrames que o grupo de controle. É estimado que de cada 100.000 casos, 1,3 receberam o ajuste no pescoço.
Mas outros estudos tem causado divergência. Uma pesquisa publicada esse ano examinou 818 casos de derrames associados com a dissecação arterial na parte de trás do pescoço. Antes dos derrames, pacientes jovens afirmam terem ido a quiropráticos para reclamar de antemão as dores na cabeça e no pescoço – sintomas que precedem um derrame – sugerindo que tinham dissecações não diagnosticadas.