Esferas ovaladas giram na mesma velocidade

São Paulo – Com os parâmetros precisos, obtidos pela combinação de dados como composição química, forma e trajetória orbital, os astrônomos puderam avaliar com exatidão, pelas leis da mecânica celeste, a massa dos objetos.

O sistema 90 Antiope é formado por duas esferas ligeiramente alongadas de cerca de 86 quilômetros de diâmetro, distantes 171 quilômetros uma da outra. Os dois asteróides giram na mesma velocidade e completam a ?dança celeste? em 16,5 horas. Cada um apresenta sempre a mesma face para o outro, como ocorre com a Terra e a Lua. A massa total do sistema é de 828 milhões de toneladas.

O resultado mais inesperado, segundo Assafin, foi a forma ovalada dos objetos. Até hoje, admitia-se que um corpo em rotação só ganharia forma de equilíbrio hidrostático isto é, modelado apenas pelas forças de gravidade e de inércia centrífuga a partir de um tamanho de 800 quilômetros. ?São asteróides com densidade muito baixa, menor que a da água. Isso mostra que os modelos que consideram a formação deles por reagrupamento de fragmentos de outros asteróides ganham força?, disse o pesquisador.

A contribuição brasileira, segundo Assafin, foi feita na parte de astrometria, da conferência da órbita do sistema e, principalmente, nas observações de sombra central feitas em 2005 no Laboratório Nacional de Astrofísica, em Itajubá, no sul de Minas Gerais. ?Observamos o fenômeno quando houve um alinhamento perfeito e tivemos a felicidade de ter uma visão de qualidade, com céu de brigadeiro, durante as cinco noites de observação. Outras observações importantes foram feitas na França?, disse. O telescópio brasileiro tem 60 centímetros de abertura e é equipado com detector CCD e registro GPS de tempo, para uma cronometragem precisa. 

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