Energia nuclear contra efeito estufa

A Agência de Energia Nuclear, com sede em Paris, insiste que, para tornar o mundo mais livre dos chamados gases de efeito estufa (principalmente o gás carbônico, ou CO2, que segundo pesquisas leva à elevação da temperatura média do planeta), esse tipo de energia precisa corresponder a entre 20% e 25% do total da energia gerada no mundo. Atualmente, esse número é de 6%.

Ambientalistas, no entanto, afirmam que a construção de mais 300 ou 400 usinas nucleares no mundo, o necessário para este índice ser atingido, é perigosa e pode provocar desastres sem precedentes caso o lixo proveniente dessas usinas seja contaminado por material tóxico ou caso elas sejam alvos de atentados.

O debate entre a comunidade científica sobre as mudanças climáticas esquentou após as declarações do renomado cientista britânico James Lovelock de que apenas a energia nuclear seria capaz de salvar o mundo do aquecimento global. “É preciso ter muito cuidado ao se falar em expansão nuclear. É certo que a energia é limpa, mas o lixo fica ativo por mais de 200 mil anos”, diz Emily Armistead, especialista em mudanças climáticas do Greenpeace. “Sem falar que as usinas, especialmente às de países com segurança instável, podem ser explodidas em ataques afetando a saúde de milhões de pessoas”, acrescenta.

A Agência de Energia Nuclear discorda do Greenpeace e afirma que já há tecnologia suficiente para isolar o lixo nuclear da bioesfera. “Em cada conta de energia paga pelo consumidor, é preciso ter uma taxa extra só para os cuidados com o lixo”, diz Evelyne Bertel, diretora da divisão de desenvolvimento da agência. Para Bertel, a questão da segurança das usinas deve caber aos ministérios da Defesa de cada país, que devem trabalhar para preservá-las de criminosos. “E a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) deve continuar trabalhando para fiscalizá-las garantindo que nenhum material ilícito (como bombas atômicas) seja produzido lá”, afirma a diretora da agência. “A energia nuclear pode ajudar muitos países a produzir menos gases de efeito estufa”, argumenta.

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