Uma tecnologia exclusivamente paranaense pode indicar o futuro do consumo doméstico de energia elétrica. O Bioflex, um gerador de pequeno porte que está sendo lançado neste mês, pode significar economia e proteção ao meio ambiente.
O pioneirismo do equipamento está no seu acionamento que funciona com o biogás (metano), que pode ser obtido de dejeto animal, e o álcool combustível. Devido a auto- sutentabilidade do próprio combustível, o equipamento pode significar uma economia considerável para os pequenos produtores rurais.
“É uma energia totalmente renovável. Pode ser usado para iluminar, alimentar bombas de captação de água do mesmo recinto de uma criação suína, por exemplo”, explica Marcelo Utrabo, gerente da Branco Produtos de Força e Energia – que fabrica o gerador.

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A princípio, segundo Utrabo, o Bioflex deve ser direcionado para o uso de propriedades rurais, porém, futuramente, pode ser agregado ao uso doméstico. Isso porque, para fazer o gerador funcionar com biogás, o usuário teria de dispor de espaço para a produção do metano. “É preciso que o usuário tenha o que chamamos de biodigestor, um espaço que serve de depósito para os dejetos, coberto por uma lona”. Além disso, é preciso acoplar um sistema de canalização para conduzir o biogás do biodigestor até o gerador.

“Do tempo de instalação até o acúmulo do metano, que demora cerca de 30 dias, o usuário pode acionar o Bioflex com álcool combustível. Isso dinamiza o uso do equipamento”, conta Utrabo, que também ressalta que o funcionamento do gerador em área urbana, como construções, e até campings, é viável devido a flexibilidade de combustível.

Além da facilidade de transporte e da flexibilidade de combustível, o uso do Bioflex, pode ser importante para a preservação do meio ambiente. Gilmar Nied, técnico de produtos da Branco, conta que o gás metano resultante dos dejetos animais é 23 vezes mais nocivo para a camada de ozônio do que o CO . “Se você não tratar os dejetos eles vão acabar contaminando o solo e os lençóis freáticos, além de poluir o ar”, afirma.

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Nied conta que o chorume descartado do biodigestor pode servir de adubo. “A maioria dos usuários pára de comprar adubo químico porque o chorume resultante é 100% natural”. Segundo Nied, o material conta com composições básicas para servir de adubo, além de reter a umidade natural da terra. “As plantas têm uma produtividade melhor e o gado não rejeita o pasto, como acontece com os adubos químicos”, diz.

Segundo Nied, um bovino pode gerar dois metros cúbicos de metano por dia. Para gerar o mesmo volume diário, são necessários sete suínos ou 150 aves. “Setecentos suínos podem gerar 200 metros cúbicos de metano por dia, o que daria para alimentar o gerador por cerca de 40 horas.” O equipamento consome em média cerca de cinco metros cúbicos de gás metano por hora ou cerca de 4,5 litros de álcool por hora.

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A potência máxima do gerador, que utiliza voltagem bivolt de 110 e 220 volts, é de 10 mil watts. Ele chega ao mercado com valor em torno de R$ 8,5 mil. Maiores informações técnicas sobre o Bioflex podem ser encontradas no site www.branco.com.br.