Um grupo de países que deseja imitar a produção de energia do Sol – através da fusão nuclear – está considerando dividir o projeto bilionário que é objeto de uma disputa sobre onde será instalado. A idéia é da França, que briga pelo projeto com o Japão. A União Européia ainda quer receber o reator experimental Iter, em Cadarachem, no Sul do país, mas as análises de dados poderiam ser feitas em outro país, disse a ministra de Pesquisa Cientifica, a ex-astronauta Claudie Haignere. “O local europeu oferece as melhores chances de sucesso”, disse Haignere. Os seis países que integram a parceria para construção do Iter não conseguiram chegar a um acordo sobre para onde vai o projeto, em uma reunião realizada no fim de semana em Washington. Os EUA e a Coréia do Sul apoiaram o Japão. A Rússia e a China estão a favor da França. Haignere disse que as autoridades propuseram ao grupo que procure maneiras de expandir o projeto, para dar funções na pesquisa a mais de um país. “Propusemos que, apesar de o reator continuar obviamente sendo essencial ao projeto, para ter uma chance maior de sucesso, há necessidade também de comunicação, análise de dados e teste de materiais”, disse ela. Essas partes do projeto poderiam ser realizadas fora da Europa, propôs a ministra. Analistas viram o impasse como mais um sinal do descontentamento de Washington com a oposição da França à guerra no Iraque. Com o Iter, os pesquisadores pretender produzir pela primeira vez uma reação de fusão nuclear que se sustente, durando vários minutos, em uma tentativa de controlar a fonte de energia das estrelas, em um processo limpo e, nisto, oposto à fissão nuclear, usada atualmente.

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