Não fossem os mecanismos de busca, navegar na internet seria muito mais que uma tarefa ingrata. Imagine você procurando acertar por tentativa e erro o endereço de um site, num universo de alguns bilhões de páginas, das quais um número muito pequeno possui conteúdo relevante. O mais popular e eficiente buscador atualmente, o Google, facilita o acesso a informações de interesse, mas ele pode ser melhor empregado se o usuário conhecer um pouco do funcionamento e alguns dos procedimentos ou serviços especializados que o sistema dispõe.

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No tópico de ajuda do Google (http://www.google.com.br/intl/pt-BR/help.html), o usuário pode encontrar várias instruções de como utilizá-lo. Um modo simples e amplamente empregado de refinar a busca no Google é utilizar várias palavras-chave, seguidas com o sinal de "+", tomando-se o cuidado de deixar um espaço entre o "mais" e o termo utilizado. Palavras-chave que indiquem local, data e contexto do assunto desejado são boas opções ao se adicionar mais de uma palavra, pois o sistema vai trazer resultados de busca com mais precisão, fornecendo no topo da página, sites em que elas aparecem mais próximas umas das outras.

Caracteres comuns como ".http" ou o conectivo "e" são desprezados pelo sistema na hora de fazer buscas. O sistema do Google desconsidera letras maiúsculas ou minúsculas, sendo irrelevante se for escrito Brasil, brasil, ou BraSil. Pode-se também utilizar palavras entre aspas, que serão procuradas juntas, algo útil para encontrar nomes específicos ou citações famosas.

A pesquisa avançada (http://www.google.com.br/advanced? search?hl=pt-BR) pode ser também uma solução apropriada, pois permite estreitar o universo da pesquisa, fazendo a busca somente dentro de um site, excluindo páginas, encontrando páginas relacionadas, entre outras ações. Outra forma de reduzir o universo a ser pesquisado é utilizar o diretório do Google, que traz categorias específicas como arte, ciência, notícias, entre outras.

Busca inteligente

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As opções já mencionadas são freqüentemente usadas, não representando nada muito novo. Mas a criação de alguns mecanismos específicos, chamados de "operadores", proporcionam modos de pesquisa interessantes. Para o Google, algumas palavras seguidas de dois pontos adquirem funções especiais. Isso acontece, por exemplo, quando se usa o operador "define:", que permite encontrar listas de definições. Suponha que você encontra um termo que nunca havia visto antes, como "e.g.", realizando a busca "define:e.g.", vai encontrar a definição desse termo – que é uma abreviatura de "por exemplo" -, além de uma lista de sites que trazem a definição proposta.

Se é preciso encontrar páginas que tragam a informação de imprensa dentro do site do governo federal, por exemplo, pode-se efetuar a busca "imprensa site:www.brasil.gov.br". Quando necessário, dá para usar também mais de um termo, como em "informática + imprensa site:www.brasil.gov.br." Essa é a função do operador "site:": restringir a busca a um determinado endereço de internet, muito útil quando um domínio possui quantidade de informação ampla.

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Para saber quais outras páginas possuem links ligando-as a um determinado site, basta usar o operador "link:". Assim, efetuando a pesquisa "link:www.brasil.gov.br", todas as páginas que possuem link para o site do governo federal serão listadas. Essa é uma boa maneira para saber quem faz referência a determinado site na Web.

Nome

O sobrinho do matemático americano Edward Kasner popularizou o termo "Googol" criado pelo seu sobrinho Milton Sirotta, no livro Matemática e Imaginação, escrito em conjunto com James Newman. Googol é um termo matemático que equivale um seguido de cem zeros. Em setembro de 1998, Larry Page e Sergey Brin, numa alusão ao termo, criam o mecanismo de busca que batizaram de Google.

Ferramenta só para assuntos acadêmicos

Imagine que você deseja pesquisar artigos ou trabalhos científicos disponíveis na internet, mas gostaria que sua busca fosse otimizada, aparecendo somente listados conteúdos dessa natureza. Uma ferramenta de busca com a finalidade específica de procurar trabalhos científicos seria conveniente. Essa é a motivação do Google Scholar (http://scholar.google.com/), que, em versão beta, pretende ser uma alternativa para a pesquisa voltada para assuntos acadêmicos.

Como numa busca normal, os resultados mais relevantes aparecem no topo da página. Mas no mundo acadêmico, entre as características que determinam a relevância de um trabalho, inclui-se o número de citações que autores fazem ao trabalho de um determinado pesquisador. Em outras palavras, trabalhos mais citados possuem uma boa possibilidade de serem os mais relevantes.

O Google Scholars usa essa lógica e classifica um trabalho acadêmico a partir da contagem do número de referências que o autor ou o próprio trabalho possui em outras fontes – quanto mais citado, mais relevante. A ferramenta de busca específica para trabalhos acadêmicos do Google inclui em sua procura papers, teses, livros, relatórios técnicos e resumos de uma ampla área de pesquisa.

O Google Scholar pode ser considerado uma variação no modo de busca do próprio Google. Na página da empresa, há uma explicação superficial e incompleta – mas útil para se entender o processo – de como funciona a classificação de relevância das páginas (PageRank) do Google. (RD)

Google Earth é forte candidato a substituir globos terrestres e mapas

O Google lançou, no final do mês passado, a versão beta do software Google Earth (http://earth.google.com/), um forte candidato a substituir desde antigos globos terrestres a mapas das cidades. Com o Google Earth é possível rodar e inclinar o globo na tela do computador, ver imagens de satélite dos mais diversos lugares do mundo – sejam cidades, ou acidentes geográficos em relevo – conhecer as maiores cidades do Estados Unidos em três dimensões. Enfim, esse programa possibilita aos usuários explorar interativamente o mundo, da sua própria casa a lugares longínquos, através de imagens que vão sendo carregadas enquanto são usadas.

Para o coordenador de cursos de informática autorizados pela Macromedia, Glauber Vitor da Cruz, que usa o Google desde o seu lançamento, o Earth, em princípio, foi uma curiosidade, mas ele diz que percebe o programa como uma ferramenta para alunos de ensinos médio e fundamental, que podem ver as cidades que ouviam falar. "Para minhas filhas, foi fantástico", diz. Segundo Cruz, ele conseguiu encontrar o apartamento onde mora, em São Paulo.

O Google Earth não mapeou todas as cidades do mundo com nitidez, mas nos Estados Unidos, por exemplo, o programa está integrado com o Google Local (http://local.google.com/), um serviço que ajuda a localizar estabelecimentos comerciais em lugares geográficos específicos. Essa integração permite que, por meio do Google Earth, seja possível encontrar escolas, parques, bares, restaurantes, bancos, hotéis, entre outros locais, além de buscar seus websites na internet.

Mapas

Ainda no campo da "Web Geográfica", o Google possui outro serviço interessante em versão beta, chamado Google Maps (http://maps.google.com/), disponível nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido mas, conforme o site da empresa, com planos de expansão para outros países. O Google Maps é fácil de usar e não precisa ser carregado. Oferece também imagens de satélite e integra os resultados com informações do Google Local. Ou seja, se você está nos Estados Unidos e quer encontrar um restaurante na "First Avenue", em Nova York, o sistema do Google acha os estabelecimentos disponíveis nessa rua e fornece os detalhes da localização.

Segundo Guilherme Gomide, diretor geral e um dos fundadores da Maplink – empresa que presta vários serviços de mapas virtuais e localizadores, sediada em Curitiba -, o Google Maps impressiona pela rapidez e pela idéia de acoplar uma camada de imagens de satélite aos mapas. A respeito da possibilidade do Google Maps atuar no Brasil, Gomide afirma que não há nenhuma sinalização de que isso venha ocorrer no momento, mas se vier será um concorrente de peso. "Mas nossa estratégia é de segmentação, fornecendo ferramentas para algumas áreas como a de transportes", afirma.

Para o professor do departamento de Informática da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), José Geraldo Noronha Filho, esse tipo de serviço é interessante para o planejamento de viagens ou mesmo para encontrar locais desconhecidos em cidades, evitando perda de tempo. Ele explica que um sistema similar a esse seria muito interessante se viesse acoplado em carros. "Numa cidade estranha, funcionando junto com um GPS, as pessoas não se perderiam", diz. (RD)