Descoberta nova espécie de lambari

O trabalho científico do biólogo Vinícius Abilhoa, do Grupo de Pesquisas em Ictiofauna do Museu de História Natural de Curitiba, revela que, apesar do crescimento, a região está preservada. Essa é a primeira vez que o Museu descreve uma nova espécie.

"Quanto mais preservada é uma região, maior é a chance de surgirem novas espécies", explica Abilhoa, ao informar que acredita que outras espécies poderão ser descritas futuramente. De acordo com o biólogo, estudos como esse já deram ênfase às espécies grandes, mas atualmente as pequenas são valorizadas. "Isso nos dá a noção de como está a biodiversidade, porque os peixes dependem da floresta mais próxima", afirma.

O trabalho foi realizado durante dois anos e teve a participação de sete pessoas, entre pesquisadores e estagiários. As características do lambari encontrado foram observadas com base em informações que o Grupo de Ictiofauna já tem a respeito das quinze espécies existentes no Rio Iguaçu. A partir de informações já disponíveis sobre as espécies existentes foram analisados vários aspectos, entre eles as características ósseas do novo peixe.

Para que o estudo fosse publicado, a revista científica enviou o trabalho para outros especialistas, chamados referis, que avaliaram o conteúdo e a relevância dos dados. Só depois disso o estudo é publicado.

Tota

O nome escolhido para a espécie descrita pelo especialista responsável pelo Laboratório de Peixes do Museu é Astyanax totae, em homenagem à pesquisadora Adelinyr de Moura Cordeiro, que fez parte da equipe do museu e manteve durante muitos anos a coleção de peixes, que está sendo organizada pela atual equipe.

Formado por duas palavras latinizadas, conforme as regras que devem ser seguidas por qualquer cientista, o primeiro nome refere-se ao gênero Astyanax, um tipo de lambari, o segundo traz a homenagem a Adelinyr, que é conhecida pelo apelido de Tota.

Tota fez vários levantamentos nas bacias hidrográficas do Estado e é uma das autoras do livro Catálogo de Peixes da Bacia do Rio Iguaçu, editado pelo Instituto Ambiental do Paraná.

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