A onda de equipamentos de informática portáteis está influenciando cada vez mais os desktops. A Dell, por exemplo, aderiu à moda ao lançar, para o mercado brasileiro, na última segunda-feira (27), em São Paulo, uma nova linha de computadores que, além de pequenos, servem também como peça de decoração em casas ou mesmo escritórios.

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O modelo foi batizado de Studio Hybrid e é considerado pela fabricante o “menor, mais personalizável e mais ambientalmente responsável” modelo lançado pela empresa para o mercado consumidor.

Com medidas bem reduzidas -usado na posição horizontal, são 7 centímetros de altura, por 19 de comprimento e 21 de profundidade, sem contar o suporte, e pesando pouco mais de 2 quilos – a “torre” promete caber em qualquer lugar. Há também a opção de mantê-lo na posição vertical, apenas mudando a posição de seu suporte.

Outro diferencial está na aparência. São sete cores ou acabamentos diferentes, que vão desde o verde, vermelho ou azul, até o ecológico bambu, que a empresa garante ser produzido com material derivado do vegetal.

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O lançamento vai além de um simples novo produto. Faz parte de uma estratégia da Dell – líder no mercado corporativo e de servidores X86 no País – para chegar à liderança também no mercado consumidor.

“A Dell quer ser a líder global e nacional no mercado de computadores, e o consumidor doméstico é a maior oportunidade de crescimento”, explicou o diretor e gerente-geral para Consumidor Final da Dell América Latina, Hans Erickson.

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Para isso, a empresa decidiu, recentemente, ampliar seus canais de vendas. Antes atendendo apenas via telemarketing e internet, agora os produtos da fabricante, a exemplo de suas maiores concorrentes, também começam a ser encontrados em grandes lojas do varejo.

Preços

Equipamento promete redução de até 70% no consumo de energia graças ao uso híbrido – daí o nome do computador – de tecnologias de laptops.

Com o Studio Hybrid, não é ser diferente. O produto já está disponível na página da Dell na internet (www.dell.com.br) e, em novembro, deverá chegar às prateleiras das lojas. Os preços, porém, têm pouco apelo popular.

Com configurações mais robustas, o modelo mais barato sai por R$ 1.599, com chip Intel Celeron Dual-Core, Windows Vista Home Premium, 2 GB de memória RAM, disco rígido de 160 GB e sem monitor incluído.

O modelo top vem com processador Intel Core 2 Duo e leitor de Blu-Ray, além de um monitor de 19 polegadas – seu preço começa em R$ 3.899. A opção de acabamento bambu também custa mais caro: R$ 233 a mais no preço final -mesmo assim, a Dell diz que o modelo é sucesso de vendas em países como o Japão.

Todos os modelos também permitem conexão a TVs e monitores de alta definição através de uma porta padrão HDMI. Possuem também conexão Wi-Fi no padrão Wireless-N e leitor de mídia 8 em 1, que facilita a troca de arquivos como fotos e videos com câmeras digitais, por exemplo.

A Dell ainda promete uma redução de até 70% no consumo de energia, em relação a um computador comum. Isso graças ao uso híbrido – daí o nome do computador – de tecnologias de laptops.

A empresa também informa que reduziu em 75% a documentação impressa, e que a embalagem do produto usa 30% menos materiais, sendo que 95% dela é reciclável.

“Es,tamos muito otimistas para as vendas”, revela Erickson. “O produto tem sido um sucesso nos Estados Unidos e em outras regiões.” Apesar de ser vendido mundialmente, o Studio Hybrid vendido no Brasil está sendo produzido na fábrica de Hortolândia, no interior de São Paulo.

O País parece ser mesmo um dos principais focos da empresa: “estimamos que em cinco anos o Brasil seja o terceiro maior mercado do mundo de computadores, atrás de Estados Unidos e China”, diz Erickson.

Minilaptop

Apesar de aumentar o foco no mercado consumidor, a Dell ainda não tem previsão para lançar, no Brasil, seu modelo de minilaptop – o Inspiron Mini 9″. O segmento está ganhando cada vez mais espaço por causa dos preços baixos e da portabilidade.

Segundo o diretor de comunicação Corporativa da empresa, Juceli Azevedo, o produto deve aparecer “em breve” no País. “Não estamos precisando a data, mas em breve teremos [o minilaptop no Brasil], inclusive produção”, revelou.

Crise afeta preços, mas não o foco

“O Brasil é o mercado mais importante da América Latina para nosso time por causa do volume e por causa do potencial. Por isso vamos continuar investindo nele.” Hans Erickson, diretor e gerente-geral para Consumidor Final da Dell América Latina.

Após o lançamento do Studio Hybrid, o diretor e gerente-geral para Consumidor Final da Dell América Latina, Hans Erickson, deu uma entrevista exclusiva a O Estado. Ele falou um pouco da crise da economia mundial e das estratégias da empresa para o mercado.

Como a crise da economia está afetando as operações da Dell no Brasil?

É uma coisa bem séria. O câmbio está impactando todas as indústrias, não só de TI. Para a Dell, nosso foco não muda. Para introduzir os produtos com preço competitivo, estamos sempre estudando maneiras de reduzir custos.

Por exemplo, esse produto que está sendo lançado hoje, de R$ 1.799, tem 2 GB de memória, 160 gb de disco rígido, com gravador de DVD… Para nossa estratégia, não impacta muito. O Brasil é o mercado mais importante da América Latina para nosso time por causa do volume e por causa do potencial. Então vamos continuar investindo nele.

Mas deve haver um aumento nos preços por causa da alta no dólar?

Realmente, se você navegar nos websites, vai ver preços que são hoje muito competitivos. Há 60 dias, quando o real foi a 1,6 contra o dólar – hoje está 2,1 mais ou menos -, vc já viu um pouquinho de mudança de preços. Mas com a competição, os preços já mudaram um pouquinho também. Então agora têm mais estabilidade.

E as operações da Dell fora do Brasil, como estão?

É interessante, porque agora um pouco mais de 50% das vendas são fora dos Estados Unidos. Temos cinco prioridades. Uma das cinco são os países emergentes.

Outra é consumidores, outra notebooks. Aqui no Brasil temos três desses cinco. As outras são pequenas e médias empresas e servidores. Mas agora que mais de 50% estão fora dos EUA, estamos bem mais focados em países como o Brasil, que são superimportantes para nós. Tanto consumdores, como pequenas e médias, e corporações maiores também.

Apesar desses lançamentos para o mercado doméstico, o mercado corporativo continua um foco importante para a Dell?

Claro. O Dell Corporativo é marca líder no País e sempre está introduzindo mais produtos também, como o notebook Vostro, ou servidores – em que a Dell é líder também. Agora você vai ver mais foco nessa área de consumidor também. Para confirmar que a Dell tem tudo o que os consumidores de qualquer segmento precisam.