Dano à camada de ozônio vai durar mais que o previsto

A recuperação da camada de ozônio na atmosfera levará mais tempo do que previam os cientistas. Os 250 especialistas do órgão da ONU que lida com o clima chegaram ontem à conclusão de que serão necessários 15 anos a mais do que era estimado inicialmente para que o buraco na camada de ozônio se feche completamente.

Em 2002, na última vez em que a Organização Meteorológica Mundial fez a avaliação sobre a camada de ozônio, a estimativa era de que ela se recuperaria da poluição e dos gases emitidos da Terra até 2050. Pelos novos cálculos, a recuperação da camada ocorrerá apenas em 2065.

De acordo com a organização, há uma queda significativa na emissão desses gases, depois que os níveis bateram todos os recordes entre 1992 e 1994. Mas ainda assim essas taxas de redução não são suficientes para que o buraco se feche no ritmo que era esperado. Por isso, as Nações Unidas pedem que os países continuem comprometidos com os tratados internacionais que estipulam a redução de emissões de gases, como o CFC.

Ruim, Mas Estável – Pelo menos, apesar da revisão da projeção, os cientistas constataram que o buraco, que foi detectado pela primeira vez nos anos 80, não está mais aumentando.

O seu tamanho recorde foi registrado em 2003, quando chegou a 29 milhões de quilômetros quadrados. No ano passado, o buraco chegou a 27 milhões de quilômetros quadrados, um recuo de quase 7%.

A próxima revisão da situação da camada de ozônio feita pelas Nações Unidas ocorre em 2010, quando os cientistas esperam anunciar maiores quedas nas dimensões do buraco.

A perda da camada na atmosfera é resultado de gases que vazam de geladeiras, motores, aparelhos de ar condicionado e outros itens. O resultado é um incremento na radiação ultravioleta recebida na Terra.

O impacto dessa manutenção do buraco por mais tempo pode ter conseqüências para a saúde humana e para a vida marinha. Existem pelo menos dois efeitos da deterioração da camada de ozônio. O primeiro deles é o aumento do número de casos de câncer de pele diante da maior exposição da população aos raios ultravioleta. A outra conseqüência está ligada à flora, já que os raios destroem as espécies mais sensíveis. Esse fenômeno tem especial impacto na vida marinha.

Além da Antártida, as regiões que mais podem sofrer as conseqüências da deterioração da camada de ozônio são a Austrália, a Europa e a América do Norte. Na América Latina, a ameaça se concentra no sul do Chile e da Argentina.

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