Um experimento bem-sucedido em camundongos sugere que as células-tronco podem substituir células danificadas no ouvido e devolver a capacidade auditiva. É a façanha de um grupo de cientistas da Universidade de Stanford (EUA), que realizou uma experiência com ratos de laboratório.
A previsão dos pesquisadores é que leve uma década ou mais, mas que haverá cura para a surdez em seres humanos. A ideia aplicada nos ratos foi a seguinte: células embrionárias dos animais, pluri-potentes (capazes de se transformar ou de atuar em outras funções), foram revertidas em células auditivas para os animais. A meta, agora, é fazer o mesmo com humanos.
A rede de células que conduz o som do ouvido externo até o cérebro é extensa. Atualmente, não há cura possível: depois de danificadas, as células não podem ser recuperadas ou substituídas, e a surdez é permanente.
No caso de conseguirem fazer células-tronco humanas se transformarem em células auditivas, haveria duas soluções possíveis: injetar essas células no ouvido de uma pessoa surda (mas ainda não há uma técnica para isso), ou, a mais aceita, “ativar” as células tronco que já existem no ouvido, e transformá-las em células auditivas.
O próximo passo é desenvolver um método de fazer isso em humanos, e isso vale tanto para surdez de nascença quanto para a adquirida por danos ao ouvido (só nos Estados Unidos, há 26 milhões de surdos desse tipo). As pessoas surdas ainda terão de esperar mais um pouco pelos avanços da medicina. Mas os camundongos, ao que parece, logo não sofrerão mais com surdez.