Nos rios de Curitiba os peixes estão cedendo lugar aos detritos. Geladeiras, fogões, sofás, sapatos, roupas e até uma carcaça de carro já foram retirados do fundo dos rios Atuba, Barigüi e do acumulador da Vila Rural Santa Rita, que passam por um processo de dragagem promovido pela Secretaria Municipal de Obras Públicas.
Os trabalhos tiveram início em dezembro e devem acontecer até fevereiro. ?Nos três rios, estamos realizando trabalhos de limpeza e desassoreamento, que nada mais é do que a retirada do lixo acumulado. Em alguns locais, o lixo é tanto que pequenas ilhas chegam a se formar?, afirma o diretor do departamento de Obras e Saneamento da Secretaria, Gilmar Roloff.
O assoreamento dos rios é conseqüência da ocupação urbana. Quando chove, os detritos que estão nas ruas vão para as galerias de águas pluviais e, conseqüentemente, para os rios. Outro problema são as famílias que vivem nas proximidades dos rios e os utilizam como lata de lixo. ?Ao invés de darem um destino correto a seus detritos, muitas pessoas os despejam nas águas fluviais, gerando prejuízos imensos ao meio ambiente e a elas mesmas?, conta Gilmar.
?Estamos trabalhando em áreas críticas e alertando a população sobre os problemas causados pelo lixo jogado nos rios, mas ainda não existe uma campanha efetiva de conscientização da população.?
A principal conseqüência dos detritos despejados nas águas pluviais são os alagamentos e enchentes, pois o lixo diminui a vazão dos rios. ?As pessoas não respeitam o meio ambiente. Pensam que os rios são valetões e não sabem das conseqüências do despejo do lixo?, comenta o diretor. ?O lixo nos rios também faz com que aumente a incidência de ratos e baratas?.
No total, estão sendo desassoreados 3.500 metros nos rios Atuba, Barigüi e no acumulador. Estão sendo gastos cerca de R$ 500 mil. Duas dragas e quatro escavadeiras estão em serviço. Ainda em fevereiro, depois que os trabalhos nos três rios forem encerrados, deve ser iniciada dragagem nos rios Belém e Ribeirão dos Padilhas.