Confirmado para 2006 o lançamento do foguete brasileiro VLS-1

Campos, que abriu hoje um seminário convocado para discutir a revisão do programa espacial brasileiro e suas diretrizes para os próximos dez anos, disse ainda que os investimentos do governo no setor deverão voltar à casa dos US$ 100 milhões anuais, igualando o maior patamar da história do programa, alcançado na década de 90. Segundo o ministro, nos últimos anos o orçamento foi de US$ 34 milhões, em média. Em 2002, o volume de recursos foi o mais baixo, US$ 5 milhões. De acordo com o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Sérgio Gaudenzi, em 2005 poderão ser gastos US$ 70 milhões. "Em 2006, poderemos atingir o patamar de US$ 100 milhões, retomando o patamar da década de 90", declarou Gaudenzi.

Eduardo Campos anunciou também que o Ministério das Relações Exteriores está trabalhando na revisão do acordo de salvaguardas entre Brasil e Estados Unidos para permitir o uso comercial da Base de Alcântara pelos americanos. O novo texto está sendo elaborado por causa das ressalvas feitas pelo Congresso ao acordo negociado com os EUA no governo anterior. Para muitos parlamentares da base de apoio, alguns pontos do acordo feriam a soberania nacional.

Segundo o ministro, o novo texto deverá ser enviado ao Congresso no próximo ano. "A nova versão procura contemplar o interesse dos dois países de forma equilibrada", disse. O acordo entre outras coisas, impedia que o dinheiro pago pelos EUA fosse investido no desenvolvimento tecnológico do programa espacial brasileiro. Também previa que a base ficaria sob controle dos EUA nos períodos de lançamento, com acesso restrito aos brasileiros.

Gaudenzi disse que o governo brasileiro vai gastar, em 2005, US$ 10 milhões em equipamentos para a Estação Espacial Internacional (ISS), cumprindo o acerto com a Nasa, a agência espacial norte-americana. Ainda não há data para o vôo do astronauta brasileiro Marcos Pontes.

Indenização – Em São José dos Campos, 15 meses após o acidente, as famílias dos 21 mortos ainda estão com a tragédia viva na memória. "Parece que foi agora. No começou você fica meio anestesiado e quanto mais o tempo passa, mas sofrido fica, mais a saudade aperta e a falta fica ainda maior", diz a comerciante Dóris Cezarini, esposa do engenheiro Antônio Sérgio Cezarini. As famílias se reúnem periodicamente para trocar informações e fortalecer os laços de amizade.

Das 21 famílias, 17 entraram com ações na Justiça Federal pedindo indenização, apesar de terem recebido do governo federal, R$ 100 mil no mês seguinte ao acidente. Colaborou Simone Menocchi.

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