Há alguns milhares de anos – o que pode ser considerado recente, em tempo cósmico – dois planetas distantes que orbitavam uma pequena estrela colidiram em um acidente cósmico de colossais proporções. O menor dos planetas, que tinha um tamanho semelhante ao da Lua, foi destruído na colisão. O maior, que devia ter um tamanho semelhante a Mercúrio, sobreviveu ao acidente, ainda que um pouco ‘detonado’.
Acredita-se que um fenômeno semelhante tenha formado a Lua há mais de quatro bilhões de anos, quando um corpo celeste do tamanho de Marte colidiu com a Terra.
Rocha vaporizada e restos de lava revelaram a existência da colisão para o Telescópio Espacial Spitzer, da Nasa. “A colisão deve ter sido enorme e muito veloz para ter causado a vaporização e derretimento de rochas”, afirma Carey Lisse, autor do estudo que descreveu a descoberta.
Os pesquisadores acreditam que os planetas se moviam a uma velocidade de dez quilômetros por segundo no momento da colisão. “Este é um evento muito raro, crítico para a formação de planetas semelhantes à Terra e luas”, afirma Lisse, que complementa: “Temos sorte de ter observado o evento pouco tempo depois dele ter ocorrido”.
Geoff Bryden, co-autor do estudo, afirma que a colisão que formou a nossa lua deve ter sido tão forte que poderia ter derretido a superfície da Terra. De acordo com Bryden, restos da colisão devem ter formado um disco de poeira em torno da Terra, que gradativamente se juntou formando a Lua. “É a mesma escala de impacto que o Spitzer observa – não sabemos se haverá a formação de uma lua, mas sabemos que a superfície do planeta está coberta por rochas derretidas”, afirma.
Encontros violentos deste tipo são comuns no nosso sistema solar. No último mês, uma enorme massa se encontrou com a superfície de Júpiter. Curiosamente, esses encontros já causaram a retirada da superfície de Mercúrio, virado Urano e até deixado Vênus de ponta cabeça. [MSNBC]