Três equipes de cientistas anunciaram nesta quarta-feira (6) que conseguiram produzir células equivalentes a células-tronco embrionárias, em camundongos, sem destruir os embriões. Os cientistas fizeram com que células da pele se comportassem como células embrionárias. Se o mesmo puder ser feito com células humanas, o processo poderá levar a um salto na medicina sem entrar na disputa ética e política em torno da manipulação de embriões. "Acho que é uma das coisas mais estimulantes a surgir a respeito de células-tronco embrionárias", diz o cientista Asa Abeliovich, da Universidade Columbia, que não tomou parte nos trabalhos. "Estou convencido de que é para valer.
Células-tronco embrionárias são valorizadas porque podem dar origem a todos os tipos de tecido. Especialistas crêem que elas poderão ser usadas em transplantes e para mitigar doenças que vão do diabete ao mal de Parkinson. Para obter células-tronco embrionárias humanas é preciso destruir embriões, medida que encontra oposição em círculos religiosos e conservadores. Abeliovich e outros cientistas advertem que ainda é preciso pesquisar mais para determinar se o avanço científico mais recente poderá dar origem a terapias úteis para seres humanos.
O procedimento usado nos camundongos, por exemplo, não seria adequado, e não se sabe se os resultados obtidos nos animais poderão ser reproduzidos em células humanas. "Ainda temos um longo caminho", disse outro especialista em células-tronco que não tomou parte nos estudos, John Gearhart, da Universidade Johns Hopkins. E o resultado não significa que os estudos com embriões humanos deveriam ser abandonados, dizem cientistas. "Simplesmente, não sabemos qual abordagem funcionará melhor", disse o líder de uma das três equipes responsáveis pelos novos resultados, Konrad Hochedlinger, do Instituto de Células Tronco de Harvard.