Ciência: anomalia eletromagnética

No início de nossos estudos sobre Ciência aprendemos que a Terra é um grande ímã e que possui um pólo Norte e um pólo Sul. Ligando esses dois pólos existe uma infinidade de ?linhas de força?. Essas linhas constituem uma espécie de escudo que protegem a superfície terrestre contra a invasão de partículas elétricas que vêm do espaço.

A ?proteção? ocorre devido ao fato de que quando uma carga elétrica penetra em um campo magnético surge uma força, chamada força de Lorentz, que faz com que a partícula entre em movimento ?circular? e colida com outras partículas, dissipando com isso a energia cinética. A trajetória ?circular? descrita pela partícula é de raio pequeno e, com isso, não consegue atravessar esse escudo e chegar até a superfície da Terra.

No entanto, existem regiões do globo terrestre onde esse escudo não consegue impedir que essas partículas penetrem até regiões mais baixas da atmosfera, atingindo a superfície da Terra. Nessas regiões, dizemos que o campo geomagnético protetor é anômalo. Fica claro, então, que nessas regiões existe uma incidência muito grande de partículas de radiação eletromagnética que podem trazer conseqüências graves para o meio ambiente.

Essa região anômala é uma faixa que circunda a Terra e que passa pela região Sul do Brasil, cujo centro está nas proximidades da cidade de Paula Freitas, no Paraná. Como há indícios de que essa radiação eletromagnética possa ser a causadora das perturbações que ocorrem no comando das aeronaves que atravessam essa faixa anômala, o Centro Técnico Aeroespacial do Ministério da Aeronáutica (CTA) tem um grande interesse na pesquisa desse fenômeno.

Há indícios, também, de que essa radiação seja a causadora da grande incidência de lábios leporinos, câncer de pele, queda de cabelos, interferência em telefonia, marcapasso, próteses de fêmur e problemas psíquicos (muitos casos de suicídios) que ocorrem nessas regiões.

Em alguns lugares do hemisfério Sul, dá-se o nome de Anomalia Magnética do Atlântico Sul (Amas) à faixa que abrange desde a costa oeste do Brasil até a costa leste da África.

Para estudar esses efeitos, o Brasil vem desenvolvendo a pesquisa de Anomalia Geomagnética Brasileira. Ela integra um acordo de cooperação entre o Centro Técnico Aeroespacial e a Air Force Cambridge Research Laboratories (Afcr).

Em Paula Freitas, no Paraná, está localizado o Campo de Pesquisas Major Edsel de Freitas Coutinho. O campo é de propriedade do Centro Técnico Aeroespacial da Divisão de Engenharia, pertencente ao Comando da Aeronáutica. Ali foi implantado o Campo de Pesquisas Geofísicas. Em Gaspar, Santa Catarina, foi criada a Estação de Rastreio.

No dia 21 de maio de 2001, o Centro Técnico Aeroespacial firmou um convênio de cooperação técnica e científica com o Campus Universitário Dr. Bezerra de Menezes – Unibem, que abriga as Faculdades Integradas Espírita. O objetivo é fazer um intercâmbio de informações técnicas e científicas e treinamento de pessoal. Além de promover a realização de cursos e conferências.

Os laboratórios também são usados para a realização, em conjunto, de programas específicos de pesquisas e desenvolvimento tecnológico para diversos projetos. Nas Faculdades Integradas Espírita (Fies), o principal curso de graduação envolvido nesse trabalho é o Bacharelado em Física com ênfase em Astronomia.

As Faculdades Integradas Espírita propuseram-se a desenvolver pesquisa na região para descobrir quais os fenômenos psíquicos, mentais, biológicos e sociais que estariam ocorrendo. Atualmente ingressa nesta parceria o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Laboratório de Ciências Espaciais de Santa Maria (Lacesm) e a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel).

Uriel Coimbra é coordenador do curso de Bacharelado em Física com ênfase em Astronomia das Faculdades Integradas Espírita. Contatos pelo www.unibem.br ou colunaestado@unibem.br. 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo