Foto: Daniel Derevecki

Sala de treinamento da Atos Origin, que inaugurou centro de offshore na capital paranaense.

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Curitiba vive um terceiro momento de atração de empresas para a cidade. O primeiro foi com a criação da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), na década de 1970; depois, com a vinda das montadoras, na segunda metade da década de 1990. Agora é a vez das empresas tecnológicas, com a implantação do Tecnoparque – projeto que ainda depende de aprovação na Câmara Municipal. A intenção é atrair indústrias que ocupam menos espaço e que não sejam poluentes, e as empresas do setor de tecnologia se encaixam perfeitamente neste sentido.

O Tecnoparque, projeto da Prefeitura, compreende diversas áreas estratégicas. Um dos eixos é a Linha Verde (BR-476). São áreas próximas ao Jardim Botânico, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Centro Integrado de Empresários e Trabalhadores do Estado do Paraná (Cietep) e Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec). Outro pólo tecnológico será o Rebouças, bairro que foi recentemente contemplado com um plano de revitalização e que está perto da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Também há concentração na CIC, próximo do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

Foto: Daniel Derevecki

Sobrinho: unir desenvolvimento econômico e urbanístico.

As empresas que se instalarem no Tecnoparque vão contar com uma infra-estrutura especializada e poderão interagir com estas instituições. ?Este não é apenas um projeto para atração de empresas. É um projeto para a cidade. Aproveitamos os atrativos já existentes e a tradição de Curitiba em unir o desenvolvimento econômico com a questão urbanística. Hoje, não temos mais espaços para indústrias de grande porte físico. As empresas de tecnologia trazem valores agregados e não são poluentes?, afirma Juraci Barbosa Sobrinho, diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Curitiba (Curitiba S.A.), empresa de economia mista ligada à Prefeitura e responsável pelo projeto.

O projeto também oferece incentivos fiscais. Dentro dos pólos, o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) cai de 5% para 2%. No caso do pólo da Linha Verde, as empresas também serão beneficiadas com potencial construtivo e isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) por um determinado período. Todos estes detalhes precisam ser confirmados com a aprovação do projeto de lei em trâmite na Câmara de Vereadores. ?Esta é uma iniciativa que estava acalentada por 12 anos. Além das questões urbanística e econômica, existe a inclusão social. A área tecnológica é a mais rápida para o resgate social. Um iniciante em uma empresa dessa ganha um salário médio de R$ 700. Imagine o impacto disto em muitas famílias?, explica Sobrinho.

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Curitiba já recebe primeiras empresas

Foto: Daniel Derevecki

Land: mão-de-obra qualificada e potencial de formação.

Apesar da lei ainda não ter sido aprovada, muitas empresas já estão vindo para Curitiba por causa do Tecnoparque. Para Juraci Barbosa Sobrinho, da Curitiba S.A., isto é reflexo da credibilidade que a cidade possui no cenário nacional e internacional. Exemplo disto é a empresa Atos Origin, que inaugurou esta semana um Centro de Offshore na capital paranaense. ?Visitamos diversas cidades do País para conferir as condições para implantação deste centro. Em Curitiba, nos deparamos com uma mão-de-obra qualificada, um grande potencial de formação e o projeto do Tecnoparque?, ressalta Marco Land, Chief Operantions Officer (COO) da Atos Origin América do Sul. Curitiba possui diversas instituições ligadas à tecnologia e que formam profissionais capacitados para atuar nesta área. Isto facilita muito a busca por pessoal qualificado. ?Sem contar com a infra-estrutura da cidade e a proximidade com São Paulo?, completa Sérgio Bartoletti, Chief Executive Officer (CEO) da Atos Origin América do Sul.

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Além da Atos Origin, outras três empresas estão confirmadas para o Tecnoparque, além de outras 15 interessadas. Entre elas estão as indianas Wipro e o GLT (centro global de tecnologia) do HSBC, que já estão instaladas na cidade, e a BRQ. Juntas, apenas essas quatro empresas devem gerar aproximadamente 6 mil postos de trabalho. (JC)

Mudança demanda alto investimento

A Atos Origin é uma prestadora internacional de serviços de tecnologia da informação. O foco do centro de Curitiba será testes e desenvolvimento de softwares para clientes em todo o mundo, além de negócios para utilities, bancos e telecomunicações. O investimento na unidade foi de um milhão de euros, sendo que outros 4,5 milhões de euros serão aplicados até 2010.

A empresa está instalada em um prédio comercial no bairro Batel. Posteriormente, a Atos Origin terá que mudar para uma área específica dentro dos pólos do Tecnoparque. Isto também vai acontecer com as outras empresas que já estão dentro do projeto e com as que ainda virão. O prazo para esta mudança é de três anos. (JC)