Celulares que permitem receber serviços multimídia com alta qualidade, como download e streaming de vídeos, músicas e imagens, tornaram-se realidade no mercado brasileiro na última sexta-feira, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, com o lançamento de serviços de terceira geração, que até o momento estavam disponíveis somente em países desenvolvidos.
Esses serviços tornaram-se possíveis por causa da alta velocidade de transmissão de dados, de até 2,4 Mbps, proporcionada pela tecnologia CDMA 3G EV-DO. Para o presidente da Vivo, Roberto Oliveira de Lima, ninguém conseguiu fazer a transição tão rápida quanto o Brasil. ?Em sete anos, o País saiu da Idade da Pedra para o que de mais de moderno existe na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia.? Lima explica que Curitiba foi escolhida para o lançamento por ser uma área de forte demanda e porque o Paraná possui uma das maiores coberturas da Vivo. Até o final do ano, a idéia é evoluir para as principais metrópoles do Brasil.
O vice-presidente executivo de Marketing e inovação da Vivo, Luís Avelar, anuncia que a operadora irá oferecer conteúdos diferenciados próprios para celular, por meio de parcerias com empresas como TV Bandeirantes, Band News e Band Sports, Terra, Fox, Discovery, Pão de Açúcar e Trama. Segundo Avelar, com a popularização do serviço, num futuro próximo, muito provavelmente essa tecnologia terá um importante papel para a inclusão social, pela capacidade de transmissão de conteúdos educativos. ?Na prática as pessoas passam a usar o celular de uma forma diferente, de maneira que possa auxiliar as atividades do dia-a-dia.?
O preço do aparelho da Samsung, o primeiro de terceira geração a ser lançado no País, terá o preço promocional nos planos de 360, 600 e 900 minutos, de R$ 999 até 14 de agosto, podendo ser dividido em 10 parcelas. Em outros planos e após a data promocional, o custo do celular é de R$ 1.999,00. Em seis meses, o preço do aparelho, diz Lima, deverá estar em R$ 1 mil e, em um ano, em R$ 500. A Vivo planeja lançar cinco novos modelos, um por mês, e até o fim do ano espera vender 300 mil unidades.
Licitações
Como ainda não foi aberta licitação para freqüências de ondas destinadas a serviços de terceira geração, a Vivo está utilizando as faixas do espectro eletromagnético que já tinha permissão. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informa que não há data para edital e que ainda está fazendo estudos para a abertura de licitação.
Os concorrentes não parecem estar indo na mesma onda da Vivo. A Tim informa que não vai comentar as opções da concorrência e, por uma questão de estratégia, não está anunciando novos produtos. Conforme estatísticas da Anatel referentes a maio de 2005, a Vivo ocupa 38,18% do mercado, seguida pela Tim (21%) e pela Claro, com 21,06%.