Os pesquisadores da indústria farmacêutica e de cosméticos estão sempre em busca de novos compostos bioativos, ou seja, de moléculas químicas desconhecidas pela ciência, capazes de ativarem efeitos positivos sobre os organismos vivos.
As propriedades farmacêuticas e cosméticas de plantas da Caatinga foram tema de um workshop, encerrado nesta terça-feira (30), em Recife, que reuniu pesquisadores, estudantes e líderes comunitários.
O 4º Workshop Potencial Biotecnológico da Caatinga foi proposto pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), à articulação do Núcleo de Bioprospecção e Conservação da Caatinga (NBioCaat), que promoveu o evento na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Com duração de dois dias, o workshop teve discussões sobre as potencialidades biotecnológicas e da biodiversidade da região semiárida. Pesquisas recentes conseguiram mapear moléculas bioativas em plantas da Caatinga com comprovadas atividades biológicas antimicrobianas, citotóxica, antitumoral, alelopática, mitogênica, anti-inflamatória, cicatrizante, analgésica e antiveneno.
Uma área recente de utilização das plantas da Caatinga é na elaboração de novos antibióticos capazes de substituir drogas incapazes de matar os micróbios resistentes aos tratamentos convencionais, como o da triconomose. Trata-se de uma doença sexualmente transmissível (DST), que registra mais de 174 milhões de novos casos por ano.
Outra aplicação prática e rentável para a flora do Semiárido brasileiro é a extração de óleos essenciais e utilização na indústria de cosméticos. Plantas com Umbu, Alecrim do Campo, Jatobá, Velame e Aroeira podem ser transformadas em fonte de renda para as comunidades locais se os executivos da indústria da beleza prestarem atenção nas qualidades aromáticas e terapêuticas dessas espécies capazes de revolucionar tratamentos médicos e estéticos.