Um trabalho coordenado por um cientista brasileiro, com o objetivo de estimular o desenvolvimento da ciência no mundo, foi lançado na última quinta-feira na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, pelo secretário-geral Kofi Annan. Trata-se do relatório “Inventando um futuro melhor: uma estratégia para o fortalecimento da ciência e tecnologia em todos os países”, coordenado pelo professor Jacob Palis, do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), do Ministério da Ciência e Tecnologia. O documento é formado por exemplos concretos de iniciativas de sucesso em ciência e tecnologia, além de estatísticas como, por exemplo, quanto cada país tem investido no setor. De acordo com as estimativas levantadas, o Brasil aplica 1% do PIB em C&T, enquanto que a Coréia do Sul gasta 2,55%, a Suécia 3,7%, o Japão 3%, a Índia 1,2% e o México 0,34%. Experiências bem-sucedidas no Brasil, que podem servir de modelo a outros países, são destacadas no trabalho, como a reestruturação feita em 1971 do Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco, que se tornou um dos principais centros de excelência da área na América Latina, a criação dos Institutos do Milênio, que hoje somam 17, e os acordos feitos com a França, para matemática, e com a China, no setor espacial. Produzido em conjunto com o egípcio Ismail Serageldin, diretor da Nova Biblioteca de Alexandria e ex-vice presidente do Banco Mundial, o relatório é publicado pelo InterAcademy Council e tem o apoio da ONU, do Banco Mundial e da Fundação Sloan.
