Paulo Eduardo Artaxo Netto foi um dos pesquisadores mais citados no mundo científico em 2014, de acordo com a conceituada lista Higly Cited Researchers. Professor titular do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e Pesquisador de Produtividade em Pesquisa 1A do CNPq, Artaxo é mestre em Física Nuclear e doutor em Física Atmosférica,e se dedica à pesquisa em física do meio ambiente há mais de três décadas, sendo referência mundial em conferências nacionais e internacionais sobre a física das mudanças climáticas globais.

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A internacionalização da pesquisa, assim como a interdisciplinaridade, são grandes marcas da trajetória científica de Artaxo. No início dos anos 80, ainda realizando seu doutorado, o Prof. Artaxo trabalhou com o Prof. Paul Crutzen, prêmio Nobel de Química, no primeiro experimento mundial que investigou o papel de emissões de queimadas da Amazônia no clima regional e global.

Além disso, realizou Pós-Doutorado nas Universidades de Antuérpia, Estocolmo, Harvard e na NASA, tendo, atualmente, parcerias científicas fortes e de longo prazo com pesquisadores de mais de 15 países.

Sobre a interdisciplinaridade, acredita que “é preciso olhar a ciência ambiental não com olhos direcionados a disciplinas específicas, pois a natureza não distingue a física, a química ou a biologia”. Artaxo afirma que o homem está alterando profundamente o planeta e é preciso entender os impactos que essas mudanças estão fazendo no meio ambiente local, regional e global. “Este enorme desafio científico, de compreender como o homem está mudando a face de nosso planeta, e quais serão seus impactos, exige uma abordagem interdisciplinar e internacional”.

Trajetória

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Depois de um estágio nos Estados Unidos, Artaxo participou de vários experimentos nos anos 80 e 90, em parceria com a NASA, na Amazônia, e auxiliou na consolidação dos links entre as emissões naturais e de queimadas na Amazônia com os efeitos climáticos dessas emissões e o funcionamento do ecossistema. Estudou como os aerossóis (partículas suspensas na atmosfera) afetam os mecanismos de formação de nuvens e chuva, alteram o balanço de radiação solar, alterando a fotossíntese da floresta, entre outros temas.

Atualmente, continua seu trabalho de desvendar processos importantes na Amazônia e auxilia na estruturação do programa FAPESP de Mudanças Climáticas Globais e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas do CNPq.

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Produção Científica

O Prof. Artaxo publicou 370 trabalhos científicos, nos últimos 30 anos, tem mais de 10.500 citações no Web of Science e mais de 22.700 citações no Google Scholar.

Em sua carreira acadêmica, apresentou mais de 850 trabalhos em conferencias científicas internacionais. Dedicou-se à tarefa de formar recursos humanos e orientou 53 alunos de IC, mestrado e doutorado. Entre os vários prêmios internacionais recebidos, é Doutor Honoris Causa pela Universidade de Estocolmo na Suécia e membro da equipe do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), agraciada em 2007 com o prêmio Nobel da Paz pelos trabalhos associados às mudanças climáticas globais. É também membro de várias academias de ciências, entre elas a ABC, ACIESP e TWAS.