O comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, disse que, se assegurados investimentos de R$ 1 bilhão nos próximos oito anos prometidos pelo governo federal, o primeiro submarino nuclear brasileiro poderá estar pronto em 2020. Para o ano que vem, a expectativa é de que os primeiros R$ 130 milhões sejam liberados para o desenvolvimento do projeto, como prometeu em julho o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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O anúncio foi feito nesta quinta-feira (25) em audiência pública conjunta das comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e de Ciência e Tecnologia do Senado. O almirante revelou, no entanto, que "sonho" dele é que o projeto esteja concluído em seis anos e não em oito, como é a previsão. Ele informou ainda que, com os investimentos, a Marinha conseguirá produzir combustível nuclear em escala industrial para mover seus submarinos a partir de 2015.

Moura Neto informou que Lula vai convocar o Conselho de Defesa Nacional para definir se o Brasil vai optar por construir o submarino de propulsão nuclear ou não. Segundo o almirante, houve decisão de levar o projeto para o conselho porque, além de um projeto de governo, tem de ser um projeto de Estado. "Então, o Conselho de Defesa Nacional vai decidir o rumo que o Brasil terá quanto à construção do seu submarino", afirmou.

‘Vitória tecnológica’

Ainda de acordo com o comandante da Marinha, a retomada do programa permitirá que o País domine todo o ciclo de combustível nuclear e conclua o Projeto do Laboratório de Geração Núcleo-Elétrica (Labgene), que conterá um reator de 11 MW de potência, suficiente para iluminar uma cidade de 20 mil habitantes. Depois de salientar a dualidade do programa – destinado tanto à produção de energia elétrica quanto à propulsão de submarinos – o almirante disse que este projeto nuclear "é uma das grandes vitórias tecnológicas do País, se não a maior".

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