As disparidades econômicas e sociais no Brasil se refletem no acesso às novas tecnologias. O País ocupa apenas a 71ª posição entre as 180 economias mais adaptadas às novas tecnologias de comunicação, ainda que regiões como a do Sudeste possam estar nos mesmo níveis de países ricos. Um estudo feito pela União Internacional de Telecomunicações (órgão da ONU) aponta que o País foi um dos sete que mais evoluíram no mundo em termos de acesso às tecnologias desde 2001. Ainda assim, o Brasil não consegue superar a situação de países como Chile, Argentina, Uruguai e Venezuela.
O preço de uma ligação de celular, por exemplo, é uma das mais caras do mundo, enquanto a média de computadores no País por cada cem habitantes é inferior à mundial.
O relatório traz ainda uma informação alarmante: apenas metade do planeta conta com um telefone fixo. Para a ONU, o acesso às novas tecnologias de comunicação está estagnado. Na África, existe apenas 1,5 computador para cada cem pessoas, enquanto a média é de seis na Ásia e 28 na Europa. Na África, apenas 2,5% da população têm conexão à internet.
Diante das disparidades, o Brasil é apenas a 19ª economia nas Américas em termos de desenvolvimento digital, indicador conhecido na ONU como índice de oportunidade digital e que mede 11 critérios incluindo acesso, preço e infra-estrutura. A liderança regional é do Canadá, seguido por Estados Unidos. O Brasil, porém, está em uma situação mais confortável que Cuba, Peru, Paraguai e Bolívia. Mas o País é um exemplo usado pela ONU de como uma economia pode apresentar realidades tão distantes entre as regiões Norte e Nordeste e as regiões Sul e Sudeste. No mundo, o "índice de oportunidade digital" é liderado pela Coréia Japão e Dinamarca.
Em termos de celulares, por exemplo, 46 em cada cem brasileiros têm um aparelho. A média é inferior à do continente americano, onde existem 51 usuários para cada cem habitantes. Em números absolutos, porém, o Brasil é o segundo da região, com 86 milhões de usuários. O País, portanto, supera a média mundial, que é de 33 usuários para cada cem pessoas. Nos Estados Unidos, o total de aparelhos já ultrapassa a marca dos 200 milhões, o dobro do que foi registrado em 2001. Naquele mesmo ano, 23 milhões de brasileiros tinham celulares.
O problema, segundo a ONU, é que o brasileiro paga em média US$ 0,53 por uma chamada de um minuto. O valor é um dos maiores das Américas, onde a média é de US$ 0,32. Apenas o Equador conta com taxas mais altas. A média mundial da tarifa de um celular por minuto também é bem inferior à do Brasil: US$ 0,31 por minuto. Na Argentina, por exemplo, o valor é de US$ 0,24 por minuto, contra US$ 0,28 nos Estados Unidos.
Quanto aos aparelhos fixos, a taxa de penetração no Brasil é de 59 para cada cem habitantes. No total, 107 milhões de pessoas têm telefones fixos, um número bem acima da média mundial. Apenas metade da população do planeta conta com um telefone.
Já em relação ao acesso à internet, o Brasil ocupa a 17ª posição entre os países das Américas. Para cada cem pessoas no País, 12 1 são usuários. Isso significa que, no total, 22 milhões de brasileiros têm acesso à rede, média inferior à da região das Américas e mesmo do mundo. No planeta, com 862 milhões de usuários, para cada cem pessoas, 13,6 têm acesso à rede. Vários países da América do Sul têm um índice de conexão superior ao Brasil, como Uruguai e Argentina. Nos Estados Unidos, 56 em cada cem pessoas têm internet.
Ao contrário do custo do celular, a internet no Brasil é mais barata que a média mundial. Para cada conexão de 20 horas por mês, o valor no País é de cerca de US$ 25,00. Nas Américas, a média é de US$ 26,00, enquanto o mundo paga em média US$ 32,00 pela conexão.
No Brasil, há 19,3 milhões de computadores. De cada cem brasileiros, 10,7 conta com a tecnologia. Nos Estados Unidos, porém, existem 76 para cada cem. Já a média mundial é de 12,2 para cada cem.
No País, os usuários de banda larga ainda não chegam a representar nem 1,5% da população, ainda que o valor do serviço seja inferior à média regional e um décimo da média mundial de US$ 706,00 por mês. Nos Estados Unidos, o serviço não passa de US$ 20 mensais.
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