Um evento catastrófico provocado por uma gigantesca erupção solar foi o responsável por “arrancar” a atmosfera de Marte, que um dia foi tão ou mais densa que a da Terra. O anúncio foi feito pela Nasa, a partir de dados coletados pela missão Maven no planeta vermelho.
Lançada em novembro de 2014, a sonda orbita o astro há mais de um ano, e as informações colhidas por ela já são suficientes para reconstruir em detalhes um dos episódios mais dramáticos do passado marciano.
De acordo com a agência espacial norteamericana, uma violenta erupção solar destruiu grande parte do campo magnético de Marte, reduzindo sua atmosfera ao véu fino e rarefeito existente hoje.
Reconstruir o passado distante do astro foi possível graças a um episódio recente: a erupção solar de 8 de março de 2015. Os dados colhidos pela sonda Maven, analisados por um grupo da Universidade de Colorado guiado por Bruce Jakosky, mostraram que os ventos da estrela produziram uma rotação do campo magnético marciano forte o bastante para arrancar filamentos de partículas carregadas (íons).
Guardadas as devidas proporções, o episódio foi semelhante àquele que destruiu boa parte da atmosfera do planeta e teria sido o responsável por transformálo em um lugar frio e com clima desértico.
A sonda também permitiu descobrir nas camadas mais baixas da atmosfera de Marte auroras muito parecidas com as que acontecem nos polos terrestres. Para os pesquisadores, isso é um indício de como a crosta do astro tem influência sobre o seu campo magnético.